Em comunicado enviado à Lusa, a organização da BIG revelou ainda que o prémio de aquisição foi para André Ruivo, Emílio Remelhe, Cristina Sampaio, Mantraste e António Jorge Gonçalves, enquanto o Prémio BIG Revelação distinguiu Inês Viegas de Oliveira.
O júri foi presidido pelo artista e professor Daniel Lima e composto também pela jornalista Sara Figueiredo Costa e pelo vencedor do Grande Prémio de 2021, Sebastião Peixoto.
Madalena Matoso foi distinguida “pela composição e pela elaboração plástica, capazes de dialogar com o texto e simultaneamente sustentar-se para além dele”.
“Os trabalhos selecionados refletem o conjunto da sua obra, onde o trabalho cromático e uma ilusória simplicidade do traço compõem imagens extremamente complexas nas múltiplas camadas que dão a ler. O júri destaca ainda a mestria no trabalho das formas e a capacidade de enveredar por percursos gráfico-visuais sempre surpreendentes”, pode ler-se na nota hoje divulgada.
Por seu lado, o prémio de aquisição pretende continuar o “desenvolvimento de um acervo municipal de ilustração portuguesa contemporânea, com base nos seguintes critérios: diversidade de linguagens e meios, qualidade das obras e cuidado na sua apresentação”.
“O júri destaca que as escolhas realizadas contribuirão para que este acervo consolide a representatividade do panorama atual da ilustração portuguesa”, realçou a organização.
Quanto a Inês Viegas de Oliveira, que este ano já venceu o Prémio Nacional de Ilustração com o livro “O Duelo”, a artista destaca-se “pela coerência gráfica do conjunto, pela sua riqueza plástica e pela complexidade da composição, em que a personagem se vê imersa no mundo que vai desbravando e cujas camadas refletem as suas indecisões”.
De acordo com o regulamento das distinções da BIG, o grande prémio tem um valor de cinco mil euros, o prémio revelação de mil e o prémio aquisição é de 500 euros cada.
A organização recordou que “as obras candidatas e vencedoras do Prémio Nacional BIG 2023 podem ser vistas no Palácio de Vila Flor, de [hoje] a 31 de outubro de 2023”.
A BIG começou na sexta-feira, com o objetivo de “reforçar a importância dos ilustradores profissionais” e resgatar alguns artistas do esquecimento, afirmou à Lusa o diretor artístico, Tiago Manuel, dias antes do arranque.
“É uma bienal dedicada aos artistas da ilustração, aos que se dedicam à profissão de ilustradores. Isto é bastante importante, porque o país é pequeníssimo e saem por ano 300 pessoas em todo o país, no mínimo, habilitadas a exercerem o papel de ilustração. É fácil de perceber que não vai haver lugar para toda a gente”, sublinhou Tiago Manuel.
A BIG, a cumprir a quarta edição, propõe-se ser um ponto de encontro entre profissionais da ilustração, público e estudantes de artes, com exposições, oficinas, palestras e a atribuição de prémios.
O único prémio anunciado antes de hoje foi o de carreira, no valor de 10.000 euros, atribuído à artista e ilustradora portuguesa Manuela Bacelar, de 80 anos, que vai ter uma exposição retrospetiva no Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG), com curadoria do ‘designer’ e investigador Jorge Silva.
Até 31 de dezembro, quando termina a bienal, estão previstas ainda três palestras, com a ilustradora Mariana Rio, o cartoonista Luís Afonso e o editor Marcos Farrajota.
A BIG é uma iniciativa do município de Guimarães e da cooperativa MOTOR.