Mais de 60% dos homicídas tinham relação com vítima nos casos apoiados na APAV em 2022

Mais de 60% dos autores de homicídios tentados e consumados nos casos apoiados pela APAV em 2022 tinham uma relação de intimidade ou familiar com as vítimas, revela a associação, que ajudou 82 pessoas no ano passado.

© D.R.

Os dados foram divulgados hoje pela APAV e dão conta do trabalho feito pela Rede de Apoio a Familiares e Amigos de Vítimas de Homicídio e de Terrorismo (RAFAVHT), que ajudou 905 pessoas entre 2013 e 2022.

“No âmbito dos processos de apoio iniciados pela APAV em 2022, pode afirmar-se que 28,6% dos/as autores/as de homicídio tentado e 35,1% dos/as autores/as de homicídio consumado tinham uma relação de intimidade ou familiar com as vítimas”, refere a associação de apoio à vítima.

Segundo a APAV, no caso dos autores de homicídios consumados, cinco eram casados com a vítima, outros três eram companheiro/a, dois eram namorado/a, outros dois eram familiares, e um era irmão.

Nos casos dos homicídios tentados, a situação é semelhante, com três dos casos a terem sido perpetrados pelo ex-companheiro/a, outro pelo ex-namorado/a e ainda outro por um familiar.

A APAV refere que “um homicídio não se resume ao ato em si e às pessoas diretamente envolvidas” e que, por isso, “é fundamental que os/as familiares e amigos/as beneficiem de apoio especializado”.

Entre as 82 pessoas que pediram ajuda através da RAFAVHT, 33 eram homens, dos quais nove por um caso de homicídio tentado e os restantes 24 por casos de homicídios consumados. Entre as 49 mulheres ajudadas, 13 foi na sequência de uma tentativa de homicídio e as restantes por homicídio consumado.

A APAV dá conta que, na origem dos 22 processos de apoio (9 homens + 13 mulheres) por tentativas de homicídio estiveram 18 crimes, enquanto os 60 processos (24 homens + 36 mulheres) por causa de homicídios consumados tiveram por base 27 crimes.

A associação salienta que “o homicídio tem impacto em muitas outras pessoas além das vítimas diretas” e dá conta que, em relação aos casos de tentativa de homicídio, foi sobretudo a vítima (81,82%) quem procurou ajuda, mas também os pais (4,5%) ou os filhos (4,5%), além de pessoas que testemunharam o crime (9%).

Já no caso dos homicídios consumados, as pessoas apoiadas pela APAV eram sobretudo pais das vítimas (31,67%) ou filhos (20%) ou irmãos (25%).

As 82 pessoas ajudadas no ano passado traduziram-se em 466 atendimentos, entre telefónicos, presenciais, por escrito ou por meio de outras plataformas ‘online’. A estes juntaram-se outros 819 atendimentos, relativos a processos de apoio iniciados antes de 2022.

A APAV divulga também os dados mais recentes do Observatório de Imprensa de Crimes de Homicídio em Portugal e de Portugueses no Estrangeiro, segundo o qual houve 88 pessoas assassinadas em Portugal em 2022, 33 das quais em contexto de violência doméstica.

Registo ainda de 17 portugueses mortos no estrangeiro, três dos quais cometidos por pessoas que tinham ou tiveram uma relação de intimidade com a vítima, e outros cinco na sequência de um crime patrimonial.

Últimas do País

A aplicação de telemóveis SNS 24 permite a partir de hoje a triagem de sintomas respiratórios, anunciou o secretário de Estado da Gestão da Saúde, manifestando-se convicto de que os constrangimentos da Linha SNS 24 estão ultrapassados.
As provas nacionais deste ano letivo começam no final de maio com os alunos do 4.º ano a demonstrarem os seus conhecimentos em Educação Artística e terminam em julho com os exames do ensino secundário.
A GNR e a Guardia Civil espanhola detiveram 15 pessoas e apreenderam 1.509 quilos de haxixe e 36 embarcações numa operação conjunta de combate ao tráfico de droga por via marítima na Península Ibérica, foi hoje anunciado.
A PSP está a realizar hoje buscas na sede do Sindicato dos Enfermeiros (SE), no Porto, no âmbito de um inquérito que investiga o alegado desvio de dinheiro da instituição pelo anterior presidente, indicou fonte judicial à agência Lusa.
As reclamações sobre os serviços digitais subiram 170% no terceiro trimestre do ano, sendo a plataforma mais reclamada o Facebook, da Meta, avançou hoje a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom).
Os doentes classificados como urgentes no hospital Amadora-Sintra enfrentam, na manhã desta quarta-feira, tempos de espera superiores a 14 horas para a primeira observação, segundo dados do portal do SNS.
Uma mulher do alegado grupo criminoso desmantelado em maio e que se dedicava ao auxílio à imigração ilegal, corrupção e branqueamento de capitais viu a sua medida de coação ser agravada para prisão preventiva, informou hoje a PJ.
O programa "ligue antes, salve vidas", para reduzir a pressão nas urgências, ainda não foi implementado em todas as unidades locais de saúde por falta de capacidade da linha SNS 24, reconheceu hoje o diretor executivo do SNS.
O presidente da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) anunciou hoje que o regulador vai analisar contratos de seguros de proteção ao crédito, onde vê sinais de “algum desequilíbrio” na relação contratual com os clientes.
O casal acusado de triplo homicídio em Donai, no concelho Bragança, em julho de 2022 foi hoje condenado a 25 anos de prisão e ao pagamento de uma indemnização à família das vítimas de 225 mil euros.