Alberto Núñez Feijóo reagiu desta forma ao anúncio do projeto de amnistia por Sánchez, hoje no comité central do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), onde quase todos os dirigentes do partido o aplaudiram de pé.
Feijóo acompanhou a sua mensagem na rede social X (antigo Twitter) com um vídeo de quando Sánchez mostrou a sua rejeição da amnistia e do referendo de autodeterminação, seguido do discurso de hoje perante o órgão máximo do PSOE entre congressos, em que apoia a medida.
“A única coisa que mudou foi o facto de Pedro Sánchez ter perdido as eleições. Se ele pretende levar a amnistia por diante, deve submetê-la à decisão de todos os espanhóis e não apenas ao aplauso dos funcionários que ele próprio nomeou. Não é coexistência, é conveniência”, afirmou Núñez Feijóo na sua mensagem.
O chefe em exercício do Governo espanhol, Pedro Sánchez, defendeu hoje a aprovação de uma lei de amnistia na Catalunha, antes das negociações para a sua investidura no novo Governo do país.
“Em nome de Espanha, no interesse de Espanha, em defesa da coexistência entre os espanhóis, hoje defendo a amnistia na Catalunha pelos acontecimentos ocorridos”, afirmou Pedro Sánchez numa intervenção no comité central do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE).
Sánchez justificou a amnistia como a necessidade de “fortalecer” o reencontro entre a Espanha e a Catalunha.
O primeiro-ministro espanhol em exercício justificou ainda as novas “medidas de perdão” para evitar um governo de direita e reconheceu que antes das eleições não havia sido considerada uma amnistia.
“Não era o nosso plano naquele momento”, admitiu o chefe de Governo espanhol.
“Devemos fazer da necessidade uma virtude. É a única forma possível de haver um Governo em Espanha e de não haver repetição eleitoral”, acrescentou Sánchez.
A formação do novo governo espanhol, entre PSOE e Somar, envolve negociações com os partidos nacionalistas e independentistas e exigências das formações catalãs, que pedem, entre outras coisas, uma amnistia para as pessoas envolvidas em processos judiciais por causa da tentativa de autodeterminação da Catalunha em 2017.
PSOE e Somar assinaram a 24 de outubro um acordo de Governo, na sequência das eleições legislativas de 23 de julho, “com a vontade de dar aos espanhóis, em primeiro, estabilidade, em segundo, convivência e em terceiro, progresso”, disse o líder dos socialistas e primeiro-ministro em funções, Pedro Sánchez.
Sánchez fez um balanço positivo dos últimos quatro anos de Governo em Espanha, em que já liderou um executivo de coligação formado pelo PSOE e pela Unidas Podemos, uma plataforma de partidos à esquerda dos socialistas a que agora sucedeu o Somar.
O PSOE foi o segundo partido mais votado nas eleições de 23 de julho.
O Partido Popular (PP, direita) foi o mais votado, mas não conseguiu maioria absoluta e o parlamento espanhol rejeitou no final de setembro a candidatura a primeiro-ministro do presidente dos populares, Alberto Núñez Feijóo.
Se até 27 de novembro não houver novo primeiro-ministro investido pelo parlamento, Espanha terá de repetir as eleições.