Herdeira da Coroa de Espanha jura hoje no parlamento respeito pela Constituição

A herdeira da Coroa espanhola chega hoje à maioridade e vai ao parlamento nacional jurar que respeitará a Constituição do país, numa cerimónia considerada de grande carga simbólica e jurídica para a continuidade da monarquia em Espanha.

© Facebook de Leonor de Bourbon

Leonor de Bórbon, filha mais velha do Rei Felipe VI, chefe do Estado espanhol desde 2014, vai jurar perante os deputados, os senadores e outros titulares das instituições de Espanha que respeitará os direitos dos cidadãos e das regiões autónomas do país reconhecidos na Constituição de 1978.

A cerimónia, como disse recentemente o ministro da Presidência do Governo espanhol, o socialista Félix Bolãnos, tem uma “enorme carga simbólica e jurídica” porque Leonor de Borbón assume assim a sua disponibilidade “e vocação” para um dia ser chefe de Estado, assegurando desta forma a continuidade da Coroa, “uma instituição absolutamente central” da democracia de Espanha.

Esta é a segunda vez na democracia espanhola que há este juramento, depois de o pai de Leonor, Felipe de Borbón, ter feito o mesmo em 1986.

Nesse ano, o então príncipe de Astúrias jurou respeitar uma Constituição aprovada num referendo popular que tinha menos de dez anos, que estabeleceu a monarquia parlamentar em Espanha e que tinha saído da designada “transição espanhola” da didatura para a democracia, após a morte do ditador Francisco Franco, em 1975.

O juramento de Leonor de Borbón será igual ao que fez o seu pai em 1986, mas o parlamento a quem se dirigirá será bem diferente, numa Espanha que vive agora um momento político marcado pelo protagonismo de partidos nacionalistas e independentistas e onde, na última década, ganharam lugar e espaço forças extremistas, tanto de esquerda como de direita.

Na sessão especial de hoje das Cortes (Senado e Congresso dos Deputados) não estarão os deputados dos partidos da Catalunha, da Galiza e do País Basco nem os presidentes dos governos autónomos catalão e basco.

Estarão também ausentes deputados e outros membros das formações de esquerda que integram a plataforma Unidas Podemos, incluindo três ministros, que são republicanos e recusam participar numa cerimónia que reconhece uma instituição, a monarquia, que consideram um anacronismo.

À cerimónia no parlamento, seguir-se-á uma outra no Palácio Real, também em Madrid, em que será entregue a Leonor de Borbón, por decisão do Governo, o Colar da Ordem de Carlos III, a mais alta condecoração concedida pelo estado espanhol.

Fora das cerimónias públicas estará o rei emérito de Espanha, Juan Carlos I, que abdicou da Coroa em 2014 e vive nos Emirados Árabes Unidos por causa dos casos de corrupção e outras polémicas em que se viu envolvido.

Juan Carlos I viajará hoje, porém, para Madrid, mas para estar, à tarde, numa celebração privada e familiar dos 18 anos da neta.

O aniversário da princesa poderá ainda ser celebrado nas ruas de Madrid, onde foram instalados ecrãs gigantes para seguir as cerimónias públicas e os cortejos. Artérias centrais da cidade estão também engalanadas com bandeiras e faixas com a cara de Leonor de Borbón.

Se chegar à chefia do Estado, Leonor de Borbón será a primeira mulher a assumir o cargo em mais de 150 anos, mas jurará hoje fidelidade a uma constituição que mantém a vantagem dos homens sobre as mulheres nos direitos de herança da Coroa.

Num país tão identificado com o feminismo, é consensual a necessidade de mudar esta regra na Constituição espanhola, com os analistas a preverem que nesse momento haverá em Espanha um debate sobre a instituição da monarquia.

Últimas do Mundo

O novo sistema europeu de controlo de fronteiras externas para cidadãos extracomunitários vai entrar em funcionamento a partir de 12 de outubro em Portugal e restantes países do espaço Schengen, anunciaram hoje as autoridades.
Vestígios de ADN recolhidos em dois objetos encontrados perto do local do homicídio do ativista conservador Charlie Kirk correspondem ao do suspeito detido pelas autoridades, anunciou hoje o diretor do FBI, Kash Patel.
O alemão Christian Brückner, principal suspeito no caso do desaparecimento da criança ‘Maddie’ McCann, em 2007 numa estância balnear algarvia, recusou ser ouvido pela Polícia Metropolitana de Londres (‘Met’), informou hoje esta força policial.
Pelo menos 19 mulheres e crianças morreram após um autocarro ter caído a um rio em Zanfara, um estado no noroeste da Nigéria, avançou hoje a agência France-Presse (AFP).
André Ventura pediu a prisão de Pedro Sánchez, elogiou os confrontos em Múrcia e atacou a imigração em massa. Em Madrid, defendeu uma Europa “com menos imigrantes” e criticou ativistas pró-Gaza. Líder do CHEGA diz ter “orgulho tremendo” no que aconteceu em Espanha.
O funeral do ativista conservador norte-americano Charlie Kirk, assassinado na quarta-feira, vai realizar-se a 21 de setembro no estado do Arizona, anunciou hoje a organização Turning Point, da qual era fundador.
Cerca de 110 mil pessoas participaram hoje num protesto pela “liberdade de expressão" em Londres, convocado pelo ativista britânico de direita radical Tommy Robinson, segundo estimativas da polícia londrina.
Pelo menos 21 pessoas ficaram feridas, três em estado grave e duas em estado "potencialmente grave", numa explosão no bar Mis Tesoros, que também afetou o prédio de habitação onde se situa, no bairro madrileno de Puente de Vallecas.
O robô explorador da agência espacial dos Estados Unidos (EUA), NASA, descobriu rochas num canal de rio seco que podem conter potenciais sinais de vida microscópica antiga, informaram os cientistas.
O gigante de 'software' Microsoft escapou a uma multa da Comissão Europeia que suspeitava de abuso de posição dominante no mercado relacionado com a sua aplicação de videoconferência Teams, que separou de outros programas.