“Para a totalidade do ano, após o crescimento no primeiro semestre de 2,5% (INE) e a estimativa avançada para o terceiro trimestre, admite-se como mais provável que o crescimento anual do PIB [Produto Interno Bruto] m 2023 se venha a situar no intervalo de 2% a 2,3%”, lê-se no documento.
Esta previsão revê em ligeira baixa a estimativa da anterior edição do barómetro, divulgada a 4 de outubro, que apontava para um crescimento da economia portuguesa entre 2% a 2,4% este ano.
No terceiro trimestre, a CIP/ISEG referem como “valores mais prováveis” para a evolução do (PIB) “uma variação em cadeia ligeiramente negativa, entre -0,3% e -0,1%, a que corresponde uma variação homóloga entre 1,7% e 1,9%”.
Na estimativa rápida divulgada na terça-feira, o Instituto Nacional de Estatística (INE) avança que o PIB terá crescido 1,9% no terceiro trimestre face ao mesmo período do ano passado, após ter aumentado 2,6% no trimestre precedente, e recuado 0,2% em cadeia.
Tendo por base os diversos indicadores setoriais disponíveis, o barómetro CIP/ISEG precisa que o indicador de tendência da atividade global se manteve positivo, mas voltou a desacelerar em julho e agosto, “tornando provável que tenha ocorrido um decréscimo do PIB em cadeia durante o terceiro trimestre, mas não estando em causa uma variação homóloga positiva”.
“Na ótica da produção, e face ao segundo trimestre, os dados analisados, ainda que com setembro maioritariamente desconhecido, sugerem que a atividade do setor industrial decresceu, a do setor dos serviços também pode ter descido em volume (com correção sazonal), enquanto a atividade do setor da construção terá crescido”, detalha.
Em termos de grandes agregados da procura, e ainda face ao segundo trimestre, a CIP/ISEG estimam, relativamente à procura interna, que “o consumo privado tenha decrescido ligeiramente, enquanto o investimento (com a ajuda da construção) poderá ter crescido ligeiramente”.
Já o contributo da procura externa líquida (PEL) “afigura-se tendencialmente negativo, uma vez que a procura turística externa (corrigida de sazonalidade) terá desacelerado”, mas a melhoria do saldo nominal da balança de bens em julho e agosto “torna incerto o contributo da PEL em volume.
Em termos homólogos, o barómetro estima que o contributo da procura interna terá voltado a decrescer no terceiro trimestre, embora possa continuar positivo, e o contributo da PEL, “com maior probabilidade, também terá descido ligeiramente”.