Mais do que estabilidade política, fundamental é estabilidade das instituições

O ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, considerou hoje que mais do que a estabilidade política, fundamental é a estabilidade das instituições nos países, numa alusão à atualidade em Portugal e na Guiné-Bissau.

© Folha Nacional

O governante está a realizar uma visita de três dias à Guiné-Bissau, que culmina na quinta-feira com as comemorações dos 50 anos da independência do país africano, em que estarão presentes também o Presidente da República e o primeiro-ministro portugueses, Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa, respetivamente.

As comemorações e os últimos meses têm sido marcados por alguma crispação política entre a Presidência da República e o líder da coligação PAI-Terra Ranka e presidente do parlamento da Guiné-Bissau e, em Portugal, o primeiro-ministro pediu demissão, na sequência de um processo judicial, e o Presidente convocou eleições para 10 de março.

Questionado sobre a situação dos dois países, João Gomes Cravinho considerou que é preciso “distinguir entre a estabilidade das instituições e estabilidade política”, que nas democracias é “normal” acontecerem mudanças políticas e que “seria de questionar, se isso não acontecesse, se são verdadeiramente democracias”.

“Em Portugal temos instituições estáveis, aqui na Guiné-Bissau, tive a oportunidade de o dizer durante a visita de Estado do presidente Embaló (a Portugal), que apesar de mudanças políticas, houve também estabilidade institucional”, afirmou.

Para o governante português isso é o que interesse às pessoas, “muito mais que a cara específica que está sentada numa determinada cadeira, num determinado momento”.

Para João Gomes Cravinho é isso que, também, interessa aos investidores, a quem se destina o guia de investimento apresentado hoje, em Bissau, pela Câmara do Comércio Industria de Portugal Guiné-Bissau.

O guia apresenta os principais setores de investimento, das pescas à agricultura e trâmites para executar projetos, constituir empresas ou para financiamento.

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal esteve presente na cerimónia e está de visita à Guiné-Bissau, referindo não ter qualquer desconforto por o Governo estar demissionário.

Para o governante, “qualquer que seja o resultado das eleições do dia 10 de março, haverá continuidade nessa ideia de procurar maior proximidade, intensificar o investimento português na Guiné-Bissau, procurar que os laços entre os nossos países sejam o mais próximos possível”.

“Aquilo que é fundamental para mim, no exercício das minhas funções, é até ao último dia (aproveitar) todas as oportunidades que existem para intensificar as relações com os países que nos são mais próximos”, declarou.

O ministro está acompanhado pelo homólogo guineense nesta visita, durante a qual espera que “possam passar em revista os assuntos pendentes” entre os dois países.

João Gomes Cravinho destacou ainda que Portugal e a Guiné-Bissau vivem “atualmente um momento auspicioso”, indicando que nos últimos anos houve um aumento “significativo do investimento português na Guiné-Bissau” e que “há muito tempo que não se atingia um valor tão elevado no volume de transações”.

Últimas de Política Internacional

O partido de direita Alternativa para a Alemanha (AfD) aprovou hoje um programa eleitoral que inclui promessas de encerrar fronteira, "remigração" de imigrantes, a saída do euro e a reintrodução do serviço militar obrigatório.
O primeiro-ministro de Israel manteve hoje uma conversa telefónica com o Presidente dos Estados Unidos sobre as negociações para um cessar-fogo em Gaza e a libertação dos restantes reféns israelitas detidos no enclave palestiniano.
O presidente eleito dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, voltou a atacar os líderes do estado da Califórnia, afirmando que há incompetência no combate aos fogos que assolam a zona de Los Angeles.
Os líderes do G7 denunciaram "a falta de legitimidade democrática da alegada investidura de Nicolás Maduro como presidente da Venezuela", numa declaração emitida pelo Departamento de Estado norte-americano.
Espanha não reconhecerá "legitimidade democrática" à tomada de posse do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, prevista para hoje em Caracas, disse fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) espanhol.
Um investigador ouvido pela Lusa considerou hoje que uma mudança efetiva no regime político venezuelano só poderá acontecer com um forte apoio externo, quando o país enfrenta uma grave crise económica, social e humanitária.
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, rejeitou hoje a ideia de anexar a Gronelândia proposta pelo Presidente eleito dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, assegurando que tal não acontecerá.
O Partido Popular austríaco (OVP, centro-direita) aceitou hoje o convite do líder do partido de direita radical FPO, Herbert Kickl, vencedor das eleições de 29 de setembro, para negociar a formação de uma coligação na Áustria.
O chefe da diplomacia francesa, Jean-Noël Barrot, disse hoje que a União Europeia não vai permitir que países "ataquem fronteiras soberanas" do bloco europeu, referindo-se à sugestão de Donald Trump sobre a anexação da Gronelândia.
O ministro austríaco dos Negócios Estrangeiros, Alexander Schallenberg, vai ser o líder interino da Áustria enquanto o Partido da Liberdade, de direita radical, tenta formar um novo governo de coligação.