BCE apela à banca para se manter proativa face aos riscos para a estabilidade financeira

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, apelou hoje aos países da zona euro para que "se mantenham proativos" face aos riscos para a estabilidade financeira, num contexto de taxas de juro elevadas devido à inflação.

©facebook.com/christinelagarde

“Até agora, o sistema financeiro europeu tem evitado o pior cenário possível, em que riscos sistémicos graves se materializariam ao mesmo tempo”, reconheceu hoje Lagarde.

“Mas os decisores políticos devem manter-se proativos e atentos aos riscos para a estabilidade financeira à medida que estes surgem”, acrescentou.

Lagarde falava em Frankfurt na conferência anual do Comité Europeu do Risco Sistémico (CERS), organismo que preside e que emitiu em setembro de 2022 um alerta sem precedentes em mais de uma década para as finanças europeias.

Na altura, o comité apelou aos bancos para que se “preparassem” para “cenários de risco extremo”, tornados mais prováveis pelo início da guerra na Ucrânia e pela rápida inversão da tendência das taxas de juro para acompanharem a inflação.

No último ano, os abalos no sistema financeiro mundial ocorreram certamente fora da zona euro, com o colapso dos bancos regionais nos Estados Unidos, a crise das obrigações soberanas no Reino Unido e, mais recentemente, as flutuações do preço das obrigações do Tesouro americano.

No entanto, a médio prazo, a rentabilidade dos bancos “será afetada pelo aumento dos custos de financiamento, ligado à subida das taxas diretoras (do BCE), e por uma queda considerável do volume de empréstimos”, advertiu Lagarde.

Além disso, a “combinação duradoura de um crescimento fraco e de custos mais elevados do serviço da dívida continuará a exercer pressão sobre as famílias e as empresas vulneráveis, o que poderá conduzir a um aumento do número de empréstimos em situação de incumprimento”, segundo Lagarde.

De uma forma mais geral, a lista de “pontos quentes” no sistema financeiro “continua a ser longa”, disse, citando como exemplos os fundos do mercado monetário e os fundos de investimento, particularmente os que são investidos em ativos ilíquidos.

Últimas de Economia

Os Estados Unidos suspenderam as negociações de um acordo comercial com a Tailândia devido às tensões na fronteira com o Camboja, após Banguecoque suspender um entendimento de paz assinado em outubro com a mediação do Presidente norte-americano.
A despesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com medicamentos nos hospitais subiu quase 15%, entre janeiro e setembro, de acordo com dados hoje publicados pelo Infarmed.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou hoje que a taxa de inflação homóloga foi de 2,3% em outubro, menos 0,1 pontos percentuais do que a verificada em setembro.
O número de passageiros movimentados nos aeroportos nacionais aumentou 4,8% até setembro, face ao mesmo período de 2024, para 57,028 milhões, segundo dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
O índice de volume de negócios nos serviços subiu 2,6% em setembro face ao mesmo mês de 2024, mas desacelerou 0,2 pontos percentuais relativamente a agosto, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
O preço da carne de novilho não para de subir e já pesa no bolso dos portugueses. Em apenas dois anos, o quilo ficou 5 a 6 euros mais caro, um aumento de quase 100%, impulsionado pela guerra na Ucrânia e pela alta dos cereais que alimentam o gado.
As três maiores empresas do setor energético exigem a devolução de milhões de euros pagos ao Estado através da Contribuição Extraordinária sobre o Setor Energético (CESE), um imposto criado para financiar a redução da dívida tarifária e apoiar políticas ambientais, mas que, segundo o tribunal, foi aplicado de forma ilegal no setor do gás natural.
As exportações de bens aumentaram 14,3% e as importações subiram 9,4% em setembro, em termos homólogos, acumulando um crescimento de 1,9% e 6,5% desde o início do ano, divulgou hoje o INE.
O valor médio para arrendar um quarto em Lisboa ou no Porto ultrapassa metade do salário mínimo nacional. Perante a escalada dos preços e orçamentos familiares cada vez mais apertados, multiplicam-se as soluções alternativas de pousadas a conventos, para quem procura um teto a preços mais acessíveis.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) defende que Portugal deve optar por reduzir as isenções fiscais e melhorar a eficiência da despesa pública para manter o equilíbrio orçamental em 2026, devido ao impacto das descidas do IRS e IRC.