Em declarações aos jornalistas, André Ventura considerou que, “independentemente de quem vença as eleições” de 10 de março, seria importante o parlamento ouvir os envolvidos, sustentando que estes negócios “têm elementos estranhos que merecem ser investigados”.
“Se o CHEGA tiver deputados suficientes para uma comissão de inquérito potestativa, avançaremos no início da próxima sessão legislativa”, indicou.
André Ventura comentou também uma notícia do jornal Nascer do Sol que dá conta de que o Governo enviou para promulgação um decreto para simplificar procedimentos dos licenciamentos de urbanismo, ordenamento do território e indústria, que alegadamente poderá ilibar os arguidos da Operação Influencer, e que terá sido elaborado por João Tiago Silveira, um dos arguidos.
O presidente do CHEGA apelou ao Presidente da República que peça à Procuradoria-Geral da República (PGR) “um parecer sobre o decreto em apreciação para confirmação se a promulgação teria algum impacto sobre a Operação Influencer” e “não promulgue este decreto até que haja clareza suficiente sobre os seus efeitos”.
Portugal vai ter eleições legislativas antecipadas em 10 de março de 2024, marcadas pelo Presidente da República, na sequência da demissão do primeiro-ministro.
António Costa é alvo de um inquérito no MP junto do Supremo Tribunal de Justiça, após suspeitos no processo terem invocado o seu nome como tendo intervindo para desbloquear procedimentos nos negócios investigados, nomeadamente na aprovação de um diploma favorável aos interesses da empresa Start Campus.
Na declaração que fez ao país, António Costa, declarou-se de “cabeça erguida” e “consciência tranquila”, mas defendeu que “a dignidade das funções de primeiro-ministro não é compatível com qualquer suspeição sobre a sua integridade, a sua boa conduta e, menos ainda, com a suspeita da prática de qualquer ato criminal”.