15 Maio, 2024

OPEP pede aos membros para rejeitarem acordo que mencione “combustíveis fósseis”

O líder da OPEP pediu "urgentemente" aos seus 23 países-membros e associados que "rejeitem proativamente", nas negociações da COP28, qualquer acordo que mencione combustíveis fósseis em vez da redução de emissão de gases nocivos.

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De acordo com uma carta enviada aos associados e aliados da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que inclui os lusófonos Angola e Guiné Equatorial, e, em breve, ainda o Brasil, o secretário-geral do cartel insta as delegações dos países-membros presentes na COP28 a “rejeitarem proativamente qualquer texto ou linguagem que vise a energia, ou seja, os combustíveis fósseis, em vez das emissões” de gases com efeito de estufa.

Na carta com data de quarta-feira, citada pela agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP), o secretário-geral da OPEP, Haitham al-Ghais, escreve: “Parece que a pressão excessiva e desproporcionada sobre os combustíveis fósseis pode atingir um ponto de rutura com consequências irreversíveis, uma vez que o projeto de decisão ainda contém opções sobre a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis”, escreve o responsável.

“Embora os países-membros e os seus associados levem a sério as alterações climáticas (…), seria inaceitável que campanhas politicamente motivadas pusessem em risco a prosperidade e o futuro dos nossos povos”, lê-se ainda na carta que é dirigida aos 13 membros da OPEP e aos outros 10 países aliados.

Contactada pela AFP, a OPEP não respondeu de imediato.

Para o ativista Andreas Sieber, da ONG 350.org, “a resistência desesperada da OPEP a uma eliminação gradual dos combustíveis fósseis revela o seu receio de que a maré esteja a mudar, o que é agora evidente nas discussões da COP28”, cuja presidência, ocupada pelo presidente da companhia petrolífera nacional dos Emirados Árabes Unidos, Sultan Al Jaber, continua a ser alvo de muitas críticas.

Al Jaber está sob muito escrutínio “para ver se vai negociar um acordo para uma transição justa ou se vai deixar-se influenciar pela Arábia Saudita e pela indústria petrolífera”, acrescentou o ativista.

Agência Lusa

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