Fnam diz que Governo que será incapaz de atrair médicos para o SNS

A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) acusou hoje o Governo de bazófia, afirmando que o Ministério da Saúde (MS) não vai conseguir atrair médicos para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) com o acordo intercalar.

© Facebook/FNAM

“Com um Governo dividido entre a gestão e a propaganda, sobra-nos um SNS em colapso, seja nas urgências seja na generalidade dos serviços que continuam com limitações extremas e potencialmente graves para médicos e utentes”, adiantou a organização sindical em comunicado.

A Fnam recordou que existem “dezenas de serviços de urgência (SU) encerrados” no país.

“(…) Quando falha o Hospital São Francisco Xavier [em Lisboa], as únicas hipóteses que têm para a urgência obstétrica são a Maternidade Alfredo da Costa e o Hospital de Cascais. (…) O mesmo se passa em vários serviços, na Pediatria, Cirurgia Geral, Ortopedia, Anestesia e Medicina Interna, com particular gravidade com o encerramento das vias verde do AVC [Acidente Vascular Cerebral] em Viana do Castelo, na Guarda, em Santarém, em Almada e em Setúbal, e a via verde coronária em Leiria”, referiu.

Além das unidades encerradas, há ainda as que estão a funcionar abaixo dos parâmetros definidos pela Ordem dos Médicos, disse a Fnam, considerando ser “insuficientes para dar uma efetiva assistência à população”.

“Com um mau acordo e com um novo regime de trabalho, a dedicação plena, que fere princípios básicos da Constituição, o Ministério da Saúde vai ser incapaz de fixar e recuperar médicos para o SNS”, alertou, indicando que o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, prefere “gerar dúvidas falaciosas de eventuais tabelas remuneratórias”.

“Face à propaganda e à bazófia do Ministro da Saúde e do Governo, cabe-nos esclarecer que todos os médicos, sindicalizados ou não, terão os seus salários aumentados em janeiro. Cada vez que Manuel Pizarro insiste no contrário é constrangedor, porque revela, além do despeito pelos médicos, um profundo desconhecimento da Lei que garante que para trabalho igual, salário igual”, acrescentou.

A Fnam, que rejeitou obter um acordo com o Governo, lamentou ainda “a perda que o país sofreu” nos últimos 19 meses de negociações, resultado, salientou, “de políticas incompetentes de um ministro que não percebe de saúde e que falhou ao SNS, aos médicos e aos utentes”.

“O Governo escuda-se no facto de estar em gestão para não assumir as suas responsabilidades, mas não lhe falta legitimidade para se desdobrar em inaugurações apressadas em cada esquina”, frisou.

Hoje, o primeiro-ministro, António Costa, defendeu que o seu Governo fez “a reforma mais profunda” desde a composição do SNS “com a criação da direção executiva”.

“E acompanhámos uma enorme valorização salarial, designadamente dos médicos. Convém não esquecer, o Governo chegou a acordo na semana passada com um dos sindicatos, o único que esteve disponível para negociar de boa-fé e até ao fim, que foi o Sindicato Independente dos Médicos (SIM)”, observou.

António Costa falava à CNN/Portugal, na residência oficial do primeiro-ministro, quatro dias depois de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter demitido formalmente o seu Governo.

Últimas do País

O cidadão espanhol acusado da morte e desmembramento do cadáver do namorado, num crime ocorrido no bairro da Lapa, em Lisboa, há pouco mais de um ano, foi hoje condenado a 25 anos de prisão.
O Tribunal Judicial de Leiria vai julgar seis homens por alegados crimes de associação criminosa e tráfico de droga agravado, num processo em que foram apreendidos nove milhões de euros de cocaína dissimulada em caixas de banana.
A Autoridade Marítima Nacional (AMN) detetou nos areais da zona do Seixal detritos resultantes de um derrame de combustível, tendo restringido o acesso da população às zonas onde seja visível o poluente na água ou na areia.
Os guardas prisionais têm insistido que a falta de efetivos compromete a segurança dos estabelecimentos prisionais.
Na próxima semana, vai chegar a Lisboa o novo serviço da Uber, 'Women Drivers'. Este vai permitir escolher a possibilidade de viajar só motoristas femininas e também de transportar apenas mulheres.
Cerca de 40 concelhos dos distritos de Bragança, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Portalegre e Faro estão hoje em perigo máximo de incêndio rural, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
O Tribunal de Contas (TdC) concluiu, numa auditoria aos investimentos na área da Justiça, que as intervenções previstas em novas cadeias e tribunais não estão de acordo com as necessidades previstas na estratégia plurianual.
Uma rede criminosa que se dedicava ao contrabando de tabaco por via aérea proveniente de Angola foi desmantelada na segunda-feira nos distritos de Lisboa e Setúbal e foram constituídos cinco arguidos, segundo a GNR.
O Tribunal de Almodôvar decretou hoje a prisão preventiva do homem suspeito de ter ateado cinco focos de incêndio junto à Estrada Nacional 2 (EN2), entre Castro Verde e Aljustrel, distrito de Beja, revelou fonte policial.
O Ministério Público (MP) acusou 15 arguidos de tráfico de estupefacientes no Bairro do Lagarteiro, no Porto, e em Espinho, foi hoje divulgado.