“Desde a PUD, enviamos uma mensagem de solidariedade e de apoio às famílias dos presos políticos e perseguidos pelo regime. O nosso maior desejo nesta quadra de dezembro é a liberdade”, explicou um comunicado divulgado em Caracas.
No documento, a PUD recordou que “na Venezuela, enquanto muitos vivem com fé e esperança durante a época (…), familiares e amigos aguardam a libertação de centenas de presos políticos que permanecem cativos nas masmorras do regime de Nicolás Maduro”.
“A poucos dias do final de 2023, uma das principais prioridades é continuar a lutar, exigir e trabalhar pelo respeito aos direitos humanos e pelo fim da perseguição política que tanto dano tem feito ao nosso país”, sublinhou.
A PUD conclui o comunicado com uma mensagem de “apreço pela força, coragem e perseverança” dos familiares que “não têm nada para festejar porque estão à espera da libertação dos mais de 300 presos políticos” no país.
Segundo a organização não governamental (ONG) venezuelana Foro Penal (FP), em 11 de dezembro a Venezuela tinha 276 pessoas presas por motivos políticos, 257 homens e 19 mulheres, das quais 129 são civis e 147 militares, todos adultos.
Enquanto 137 já foram condenados por tribunais venezuelanos, 139 ainda aguardam julgamento.
“Desde 2014 se registaram 15.811 detenções políticas na Venezuela. O FP tem apoiado gratuitamente mais de 12.000 detidos, hoje encarcerados e a outras vítimas de violações dos seus direitos humanos”, explicou o último relatório divulgado pela ONG.
O FP precisa ainda que, “além dos presos políticos, mais de 9.000 pessoas continuam sujeitas, arbitrariamente, a medidas restritivas da sua liberdade”.
Na segunda-feira, o FP realizou uma missa de ação de graças, na cidade de Guanare (oeste), na qual pediu também “um Natal sem presos políticos”.
Na terça-feira a organização lembrou na rede social X (antigo Twitter) o assassinato de vários cidadãos, alegadamente por grupos de civis armados que dispararam para quebrar manifestações contra o regime, em 2014.
“Não devemos fazer justiça pelas nossas próprias mãos, mas está nas nossas mãos fazer com que se faça justiça”, explica o diretor do FP, Alfredo Romero.