Andrés Manuel López Obrador confirmou uma reunião bilateral com Blinken, o secretário de Segurança Interna dos Estados Unidos, Alejandro Mayorkas, e a assessora presidencial Elizabeth Sherwood.
O chefe de Estado mexicano comprometeu-se a reforçar as medidas de contenção dos migrantes no sul do país, na fronteira com a Guatemala.
“O acordo é que continuemos a trabalhar em conjunto e já temos uma proposta para reforçar os nossos planos”, afirmou López Obrador à imprensa.
A visita de Antony Blinken visa “identificar formas do México e os Estados Unidos enfrentarem os desafios de segurança fronteiriça, incluindo ações para reabrir pontos de entrada chave na nossa fronteira comum”, afirmou o Departamento de Estado norte-americano, em comunicado.
As autoridades norte-americanas encerraram a passagem de comboios nas cidades fronteiriças de Eagle Pass e El Paso (Texas) e no posto de entrada de Lukeville (Arizona), em resposta a um aumento na chegada de migrantes.
A delegação norte-americana “salientará a necessidade de canais legais e de medidas adicionais por parte dos parceiros de toda a região”, acrescentou o Departamento de Estado.
O presidente mexicano reconheceu o aumento do número de imigrantes que entram nos Estados Unidos vindos da Venezuela, Haiti, Cuba e Equador.
No mês de dezembro foram registados números históricos de pessoas que procuraram entrar nos EUA pela fronteira com o México.
Em 18 de dezembro, a patrulha de fronteira dos EUA processou os casos de mais de 10.800 pessoas, a maioria destas requerentes de asilo, segundo dados recolhidos pela organização de direitos humanos WOLA.
Mais de 2,4 milhões de migrantes foram intercetados na fronteira terrestre com o México entre outubro de 2022 e setembro de 2023, um número superior ao dos anos anteriores.
O chefe da diplomacia dos EUA esteve pela última vez na Cidade do México em outubro, onde se reuniu com López Obrador e altos funcionários do Governo mexicano para abordar a crise do tráfico de fentanil e os fluxos migratórios.
A crise migratória está a expor o Presidente democrata Joe Biden a fortes ataques dos republicanos, em vésperas de um ano eleitoral.
Em 06 de dezembro, Biden afirmou estar disposto a fazer “compromissos significativos” com os republicanos, que exigem um endurecimento da política de imigração em troca do levantamento do bloqueio no Congresso ao envio de mais ajuda militar para a Ucrânia.