Chefes de equipa de Medicina Interna do Hospital de Cascais demitem-se em bloco

Os chefes de equipa de Medicina Interna e o diretor de Urgência do Hospital de Cascais apresentaram hoje a demissão, confirmou hoje à agência Lusa a presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fnam).

© Facebook / FNAM

 

“Houve uma demissão de todos os chefes de equipa de Medicina Interna, do diretor de Urgência e de um chefe de Balcão”, adiantou Joana Bordalo e Sá.

O testemunho da dirigente sindical surge depois de a CNN Portugal ter noticiado durante a tarde de hoje que os chefes de equipa de Medicina Interna e os Assistentes Hospitalares que desempenham funções de chefes de Balcão do Hospital de Cascais tinham apresentado a demissão em bloco numa carta enviada ao conselho de administração.

“O que eles [clínicos] estão ali a passar é uma situação muito difícil, muito dramática. O Hospital de Cascais (…) tem médicos que durante três anos só trabalham nas urgências. Fazem muitas noites – sempre 12 horas – torna o trabalho muito pesado e isto não garante a tratabilidade”, indicou.

“É um problema que não tem a ver com as escusas das 150 horas [extra]. É um problema crónico. Tendo em conta a grande afluência que há, os colegas estão absolutamente exaustos, não aguentam”, acrescentou.

De acordo com a carta, à qual CNN Portugal teve acesso, os clínicos demissionários afirmam que “está em causa a qualidade da atividade assistencial prestada e a segurança dos doentes” daquela unidade hospitalar, que é gerida através do modelo de Parceria Público-Privada (PPP).

Os signatários sublinham que o “rácio médico-doente” no Serviço de Observação é superior aos limites previstos nos regulamentos, destacando que têm assistido “de forma progressiva” à “degradação das condições de segurança dos doentes admitidos no Serviço de Urgência Geral”.

Num comunicado enviado às redações, a administração do Hospital de Cascais reconheceu haver “algum descontentamento dos seus profissionais de saúde”, sustentando que a “afluência aos serviços de urgência tem contribuído para uma sobrecarga”.

A unidade hospitalar justifica ainda que foi a única da “região de Lisboa a nunca ter fechado, o que acarreta as suas consequentes implicações”.

Todavia, o hospital “reitera o seu total compromisso com os cuidados de saúde prestados à população que serve mantendo as urgências abertas (adultos, ginecologia-obstetrícia e pediatrica)”.

“Cumpre-nos informar que a administração do Hospital de Cascais, em conjunto com as autoridades competentes, mantem o firme compromisso de encontrar as soluções que minimizem os impactos decorrentes das pressões que o Sistema Nacional de Saúde, no seu conjunto, enfrenta”, frisou.

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