O monarca jordano defendeu a necessidade de pôr termo à “trágica crise humana” na Faixa de Gaza e reiterou a importância do papel dos Estados Unidos na pressão sobre Israel para um cessar-fogo imediato em Gaza.
Referiu que os Estados Unidos podem pressionar Israel em relação à proteção dos civis e na garantia da entrega de ajuda humanitária e médica à Faixa de Gaza de forma adequada e sustentável.
“O Rei reafirmou que a região não gozará de estabilidade sem uma solução justa para a questão palestiniana e sem a obtenção de uma paz justa e abrangente baseada na solução de dois Estados”, segundo o comunicado.
De acordo com o documento divulgado em Amã, ilustrado com uma fotografia do encontro das duas delegações, Abdullah II reiterou que a Jordânia rejeita a “deslocação forçada de palestinianos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza”.
Alegou que tal deslocação constitui “uma clara violação” do direito internacional e defendeu a necessidade de permitir que a população de Gaza regresse às suas casas.
Disse igualmente a Blinken que a Jordânia rejeita quaisquer tentativas de separação entre Gaza e a Cisjordânia, “uma vez que constituem uma extensão do único Estado palestiniano”.
Condenou ainda os atos de violência cometidos por colonos extremistas contra os palestinianos e considerou inaceitáveis violações dos locais sagrados islâmicos e cristão em Jerusalém.
Tais atos devem ser combatidos antes que provoquem uma “explosão da situação na região”, alertou.
Blinken está na Jordânia no âmbito de uma viagem pelo Médio Oriente para tentar encontrar formas de resolver o atual conflito entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas, que governa a Faixa de Gaza.
O encontro com Abdullah II seguiu-se a uma reunião do secretário de Estado norte-americano com o ministro dos Negócios Estrangeiros jordano, Ayman Safadi.
O ministério jordano disse num comunicado que Safadi exortou Blinken a pôr termo à guerra na Faixa de Gaza e a proteger os civis no enclave palestiniano sitiado.
Durante uma escala em Creta no sábado à noite, Blinken sublinhou a importância de “garantir que o conflito não se alastre”.
“Uma das preocupações reais é a fronteira entre Israel e o Líbano, e queremos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para garantir que não haja uma escalada”, acrescentou.
O Hezbollah libanês disparou dezenas de foguetes contra uma base militar no norte de Israel no sábado, no que descreveu como a primeira resposta ao assassinato, atribuído a Israel, do número dois do Hamas na terça-feira, perto de Beirute.
A guerra em Gaza foi desencadeada por um ataque do grupo islamita Hamas contra Israel em 07 de outubro, que provocou 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Desde então, Israel lançou uma ofensiva contra o pequeno enclave costeiro palestiniano que provocou 22.700 mortos, de acordo com um balanço das estruturas de saúde do Hamas.