No arranque de primárias Trump testa vice e Biden testa forças

No arranque das eleições primárias para as presidenciais dos EUA, dentro de uma semana, o republicano Donald Trump está a testar a popularidade de uma possível candidata a vice enquanto o democrata Joe Biden testa as suas próprias forças.

©Facebook.com/DonaldTrump

As primárias do Iowa – que inclui um ‘caucus’, um modelo de escolha presencial dos candidatos presidenciais pelos partidos – acontecerão no próximo dia 15 e serão o primeiro embate entre os candidatos do Partido Republicano, enquanto, no Partido Democrata, Biden usou a sua influência para refazer o calendário eleitoral, numa luta onde praticamente não tem adversários internos.

Com as sondagens a indicarem uma forte vantagem para Donald Trump entre os republicanos, o ex-Presidente vai testar a popularidade da governadora do Dakota do Sul, Kristi Noem, para ser a candidata a vice-Presidente nas eleições marcadas para 05 de novembro.

Noem já admitiu que poderá vir a ser a escolha de Trump para o ‘ticket’ republicano (a dupla de candidatos a Presidente e a vice-Presidente), alegando que “ninguém com sensatez no partido poderá recusar este convite”, se ele vier a acontecer.

Para Trump, a figura de Kristi Noem (que tem elevados níveis de aprovação como governadora no estado do Dakota do Sul, no sudoeste dos EUA) traz-lhe algumas vantagens relevantes, com o seu perfil de republicana moderada, mulher e com influência em vários setores importantes da sociedade, nomeadamente junto do poderoso lóbi das armas.

Trump deixou bem claro que não vai recuperar o seu ex-vice-Presidente, Mike Pence, que, de resto, chego a ser seu adversário para estas primárias, antes de ter desistido por fracos resultados nas sondagens.

Noem tem passado os últimos dias no estado do Iowa, em campanha por Trump, e tem sido uma das figuras com mais atenção mediática, não poupando os mais diretos adversários internos do ex-Presidente: o governador da Florida, Ron de Santis, e a ex-embaixadora Nikki Haley.

Trump tem feito tudo para anular os seus oponentes: conseguiu mover influências no partido para que o estado do Nevada não aceitasse incluir o nome de Ron de Santis nos boletins de voto; e conseguiu alterar as regras eleitorais na Califórnia, fazendo com que o vencedor das primárias nesse importante estado fique com todos os delegados à Convenção Nacional.

Contudo, no Iowa, onde Trump quer começar com um bom resultado, as coisas não lhe têm corrido da melhor maneira, com a governadora local, Kim Reynolds, dar o seu apoio ao seu colega da Florida, o que provocou um acesso de fúria ao ex-Presidente.

No lado democrata, Biden terá apenas a oposição de Dean Philips, um congressista do Minnesota, e de Marianne Williamson, uma ativista do Texas, mas dificilmente algum destes conseguirá fazer danos no passeio político do Presidente em exercício, apesar de as sondagens revelarem que o inquilino da Casa Branca poderá perder as eleições presidenciais para Trump.

Biden tem mostrado que mantém intacta a sua influência no Partido Democrata e até conseguiu alterar o calendário das primárias, suavizando o seu esforço de campanha e tentando apressar a sua escolha como candidato oficial, para uma repetição do embate de 2020 contra Trump.

Biden conseguiu que as primárias começassem na Carolina do Sul, enquanto também decorre o ‘caucus’ no Iowa, para acelerar o processo de escolha no seu partido.

O Presidente apresenta-se com o trunfo de ter sabido derrotar Trump, ao contrário de Hillary Clinton, que perdeu as eleições para este republicano em 2016, e espera agora que os bons resultados na economia se façam sentir nos bolsos dos norte-americanos, para inverter os estudos de mercado que o colocam em mínimos históricos de popularidade.

Para o arranque destas primárias, Biden volta a contar com a sua vice-Presidente como figura de combate político, numa altura em que Kamala Harris procura recuperar a sua imagem, apresentando-se mais combativa em várias entrevistas que tem dado nas últimas semanas, depois de ter sido acusada de contribuir com muito pouco para os resultados dos democratas.

Últimas de Política Internacional

Os eurodeputados à esquerda do hemiciclo começaram hoje a cantar a música da resistência italiana “Bella Ciao” depois da intervenção de Viktor Orbán no Parlamento Europeu (PE), impedindo o início da intervenção da presidente da Comissão.
O Supremo Tribunal norte-americano decidiu hoje manter a decisão que proíbe a realização de abortos de emergência que violem a lei no Texas, um dos Estados com a proibição mais rigorosa de abortos no país.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou hoje que Israel tem a obrigação de trazer de volta os seus reféns, ao assinalar o primeiro aniversário do ataque do grupo extremista palestiniano Hamas em solo israelita.
A líder da direita radical francesa, Marine Le Pen, afirmou hoje que a "fraca legitimidade democrática" do Governo liderado por Michel Barnie, conduzirá à sua queda e a legislativas antecipadas, permitidas a partir de julho de 2025.
Mais de 155 milhões de brasileiros podem votar hoje para escolher novos prefeitos e membros das Câmaras Municipais nos 5.569 municípios do país sul-americano lusófono.
O Parlamento Europeu reúne-se, entre segunda e quinta-feira, numa sessão plenária dominada pela situação no Médio Oriente e na qual o polémico primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, irá apresentar as prioridades da presidência semestral da UE, que Budapeste exerce atualmente.
O político e dirigente da oposição ao regime venezuelano Edmundo González Urrutia afirmou hoje que vai “tomar posse a 10 de janeiro como Presidente da Venezuela”.
A Comissão Europeia vai levar Portugal ao Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) por falhas no combate à poluição das atividades industriais, foi esta quinta-feira divulgado em Bruxelas.
O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão disse hoje que as prioridades de cooperação com Portugal continuam a ser a educação e a justiça, apesar do aumento das áreas prioritárias no próximo programa estratégico.
O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, anunciou hoje ter declarado o secretário-geral da ONU, António Guterres, "persona non grata" no país, criticando-o por não ter condenado o ataque massivo do Irão a Israel na noite de terça-feira.