CHEGA quer apreciação do decreto-lei de licenciamentos do urbanismo

O presidente do CHEGA anunciou hoje que o partido vai pedir a apreciação parlamentar do decreto-lei de licenciamentos do urbanismo, "pela gravidade" que o mesmo encerra, apesar de faltarem seis dias para a dissolução do parlamento .

© Folha Nacional

André Ventura disse hoje em Ponta Delgada, nos Açores, que pelas notícias tornadas públicas na segunda-feira, o decreto-lei 10/2024 de 08 de janeiro, conhecido como o “Simplex” de licenciamentos no âmbito do urbanismo, ordenamento do território e indústria, “foi alvo de um jogo de interesses obscuros na sua preparação”.

“Se o ex-ministro João Galamba teve ou não mão criminosa na sua organização, é uma questão que a Justiça apurará, mas parece hoje claro, na conjugação das notícias que vieram a público e da ação do Presidente da República sobre este diploma, que houve um jogo de interesses ilícito, obscuro, e tendente a favorecer pessoas ou entidades específicas e não o país em geral”, declarou em conferência de imprensa realizada na sede do CHEGA/Açores.

André Ventura não especificou como pretende fazer o agendamento da apreciação parlamentar, tendo em conta a proximidade da dissolução do parlamento, que deverá ser decretada na segunda-feira.

O líder do CHEGA apelou ao Presidente da República “para que deixe claro se pediu ou não ao Governo que afastasse algumas das normas constantes deste diploma considerado suspeito pelo Ministério Público no seu desenvolvimento, como se o objetivo fosse favorecer interesses particulares”.

“Pediu ou não o senhor Presidente da República ao Governo que retirasse algumas partes deste diploma? Se sim, quais partes e com que fundamento o fez? Se sim, em que medida o Governo acedeu a este pedido e que motivos apresentou para aceder ao mesmo. Era importante que o senhor Presidente da República falasse sobre isto”, afirmou.

Na sua opinião, “se houve mão criminosa na realização, na produção, na discussão deste decreto, ela deve ser tornada pública e os diversos partidos devem ter a oportunidade de fazer sobre ela e discutir sobre ela o que entenderem”.

“Por isto e pela gravidade que este diploma encerra, face aos desenvolvimentos políticos do país, o CHEGA pedirá hoje a apreciação parlamentar deste decreto”, anunciou Ventura.

O responsável indicou que o CHEGA tem quarta-feira um debate agendado e pedirá “o consenso de todos os partidos” para que ocorra a apreciação do decreto-lei.

“É importante que a Operação Influencer não contamine o debate político, mas é também importante que os políticos não se deixem ludibriar por legislação feita, considerada criminosa, e que possa ser, no futuro, alvo de condenações, envergonhando-nos a todos que fizemos parte dela, que a aplicamos, ou que a deixámos prosseguir”, rematou.

Ventura também referiu que o Governo socialista “aguarda os últimos meses de funcionamento para colocar em vigor, estranha e de forma suspeita, diplomas que estavam já adormecidos, fazendo nomeações que não deveria fazer e lançando concursos que não deveriam acontecer”.

Deu o exemplo do concurso do TGV e apelou ao Governo que cesse o seu lançamento.

Ao Presidente da República pediu que “possa também travar os ímpetos do Governo nestes últimos dias”.

Questionado pelos jornalistas sobre a situação no Grupo Global Media, André Ventura mostrou-se preocupado e desejou que “haja transparência” e que todos os envolvidos “possam ter uma palavra a dizer sobre o que se passa”.

Últimas de Política Nacional

O Presidente do CHEGA disse hoje que na quinta-feira irá encontrar-se com o primeiro-ministro e espera chegar a um entendimento quanto às alterações à legislação sobre nacionalidade e imigração e também no que toca à descida do IRS.
O CHEGA quer um desagravamento do IRS maior do que o proposto pelo Governo entre o segundo e o quinto escalões, defendendo que desta forma se repõe "a justiça fiscal" para as famílias da "classe média e média baixa".
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, submeteu pedidos de oposição à consulta pública das suas declarações de rendimentos, que está suspensa até uma decisão final do Tribunal Constitucional, divulgou a Entidade para a Transparência (EpT).
A conferência de líderes parlamentares marcou hoje a eleição do novo provedor de Justiça para o próximo dia 16, candidato que deverá ser proposto pelo PS e que terá de alcançar uma aprovação por dois terços.
O antigo presidente da Assembleia da República Augusto Santos Silva anunciou hoje que não se vai candidatar às eleições presidenciais do próximo ano.
O presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, lamentou hoje que o atual Governo tenha convocado a concertação social sem acertar a data com os parceiros, ao contrário do que faziam executivos anteriores.
O Presidente do CHEGA afirmou hoje retirar Portugal da Convenção Europeia, se liderar o Governo e o ex-primeiro-ministro José Sócrates ganhar o processo no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, e assegurou que não lhe pagará qualquer indemnização.
A Comissão Parlamentar da Transparência prepara-se para alterar a via de acesso a informação considerada sigilosa, como os pedidos de levantamento da imunidade dos deputados, passando a colocar esses processos num computador específico somente destinado a consulta.
O Tribunal Constitucional (TC) confirmou, em conferência, a decisão definitiva de perda de mandato do presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, do PS, por uso indevido de um carro deste município do distrito do Porto.
O antigo primeiro-ministro José Sócrates apresenta na terça-feira, em Bruxelas uma queixa-crime contra o Estado português no Tribunal dos Direitos do Homem relativa à Operação Marquês, em que é acusado e se arrasta há 14 anos.