Netanyahu não responde a chamadas de António Guterres desde 7 de novembro

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, não respondeu até agora aos telefonemas feitos pelo secretário-geral da ONU desde 07 de novembro, data do ataque do movimento islamita palestiniano Hamas que desencadeou a guerra de Israel na Faixa de Gaza.

© Facebook de Benjamin Netanyahu

António Guterres reconheceu hoje numa entrevista à estação televisiva Al-Jazira, em Davos, que ainda não falou com o chefe do Governo israelita, e depois, o seu porta-voz, Stéphane Dujarric, emitiu na sua conferência de imprensa diária em Nova Iorque alguns comentários sobre o assunto.

Dujarric não especificou quantas vezes tentou Guterres comunicar com Netanyahu: “Não é alguém a ligar todos os dias [e a dizer] liga-me de volta, liga-me de volta. Existe um protocolo diplomático”, afirmou.

“Sabemos que a mensagem [da chamada] foi recebida, e o facto de eles não terem ligado não impediu o secretário-geral de ter um amplo leque de contactos com responsáveis israelitas”, explicou Dujarric, apontando entre os interlocutores o Presidente de Israel, Isaac Herzog, e o representante israelita junto da ONU, Gilad Erdan.

Quase desde o princípio da guerra, a ONU tem sido acusada de parcialidade pró-palestiniana pelo Governo israelita — em particular, a pessoa do secretário-geral da organização, cuja demissão foi já exigida por vários membros do executivo de Netanyahu.

O Governo de Israel ficou particularmente irritado com a afirmação de Guterres de que os ataques de 07 de outubro do Hamas “não surgiram do nada, mas de 56 anos de ocupação sufocante”, uma declaração que o alto responsável das Nações Unidas nunca retirou.

A 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) — desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel — realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.139 mortos, na maioria civis, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas, e cerca de 250 reféns, dos quais mais de 100 permanecem em cativeiro.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para “erradicar” o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que entretanto se estendeu ao sul.

A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 103.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 24.000 mortos e mais de 60.000 feridos, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais, e cerca de 1,9 milhões de deslocados (cerca de 85% da população), segundo a ONU, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária.

Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, mais de 300 palestinianos foram mortos desde 07 de outubro pelas forças israelitas e em ataques perpetrados por colonos.

Últimas do Mundo

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, considerou hoje "uma vergonha" a Marcha do Orgulho Gay, que reuniu no sábado nas ruas de Budapeste dezenas de milhares de pessoas, apesar da proibição da polícia.
A Assembleia Parlamentar da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), reunida esta semana no Porto, pediu hoje "atenção internacional urgente" para o rapto, deportação e "russificação" de crianças ucranianas.
Mais de 50.000 pessoas foram deslocadas temporariamente na Turquia devido a incêndios florestais que têm afetado as províncias de Esmirna, Manisa (oeste) e Hatay (sudeste), anunciou esta segunda-feira a Agência Turca de Gestão de Catástrofes (AFAD).
A Força Aérea polaca ativou todos os recursos disponíveis no sábado à noite durante o ataque russo ao território ucraniano, uma vez que a ofensiva russa afetou territórios próximos da fronteira com a Polónia.
O Papa Leão XIV pediu hoje orações pelo silêncio das armas e pelo trabalho pela paz através do diálogo, durante a oração do Angelus, na Praça de São Pedro, no Vaticano.
Um ataque massivo da Rússia com 477 drones e 60 mísseis, na noite de sábado, causou a morte de um piloto da Força Aérea e seis feridos na cidade ucraniana Smila, denunciou hoje o Presidente da Ucrânia.
A constante ligação aos ecrãs e a proliferação de métodos de comunicação estão a conduzir a dias de trabalho intermináveis com interrupções constantes, com graves consequências para a saúde mental e física, alertam especialistas e vários estudos recentes.
A associação de empresas de energia de Espanha (Aelec), que integram EDP, Endesa e Iberdrola, atribuiu hoje o apagão de abril à má gestão do operador da rede elétrica espanhola no controlo de flutuações e sobrecarga de tensão.
As companhias aéreas europeias, americanas e asiáticas suspenderam ou reduziram os voos para o Médio Oriente devido ao conflito entre Israel e o Irão e aos bombardeamentos dos EUA contra este último país.
O comandante chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Oleksandr Sirski, assegurou este domingo que as tropas ucranianas conseguiram travar o avanço russo na região nordeste de Sumi, recuperando a localidade de Andriivka e avançando na zona de Yunakivka.