Adoção da IA pode ter impacto económico em Portugal de 61.000 milhões de euros

A adoção de inteligência artificial (IA) poderá ter um impacto económico de 61.000 milhões de euros em Portugal, conclui o estudo da Strand Partners encomendado pela AWS, sendo que 35% das empresas já adotou esta tecnologia.

© D.R.

 

O trabalho “Desbloquear as ambições de Portugal sobre a inteligência artificial na década digital”, hoje divulgado, é um estudo independente da Strand Partners encomendado pela Amazon Web Services (AWS).

“Em traços gerais, o estudo conclui que 35% das empresas em Portugal já adotou a tecnologia de IA, um crescimento de 25% desde 2022”, adianta o estudo, acrescentando que “a manter-se esta taxa de adoção” de inteligência artificial “o impacto económico total estimado” em VAB “chegaria, até 2030, aos 61.000 milhões de euros”, ou seja, dentro de seis anos.

No entanto, para tirar partido do potencial desta tecnologia, “Portugal tem de resolver três questões críticas: criar um ambiente favorável à inovação; colmatar o défice de competências digitais no país; e garantir que as empresas de todas as dimensões têm acesso às tecnologias mais recentes”, lê-se no documento.

De acordo com o estudo, “as empresas aumentaram os seus investimentos em tecnologia digital em 61% desde semtebro de 2022”, ou seja, 10 pontos percentuais acima da média europeia (51%).

Mais de um terço (35%) adotou tecnologias de IA no ano passado, “comparativamente a 28% em 2022, uma taxa de crescimento de 25% em apenas um ano”.

Por outro lado, 87% das empresas “já ouviu falar de tecnologias de IA e 35% conhece bem a tecnologia”, enquanto 71% afirma que “as dificuldades em contratar RH [Recursos Humanos] com boas competências digitais estão a atrasar o seu crescimento – em comparação com uma média europeia de 44%”.

Além disso, “uma percentagem significativa de 60% dos cidadãos portugueses considera que a IA pode ser fundamental para resolver problemas globais, tais como as alterações climáticas”, refere o estudo.

“O impacto económico positivo da IA nas empresas portuguesas é claro: 70% das empresas que recorre à IA refere um aumento das receitas e da produtividade”, no entanto, o uso de IA e outras tecnologias digitais “está atualmente concentrada nas empresas de maior dimensão (45% em comparação a apenas 32% das PME)”, lê-se no documento.

Quase dois terços (64%) das empresas portuguesas considera que a IA “vai transformar completamente, ou em grande parte, os seus setores” e 77% “afirma que a tecnologia digital desempenha um papel importante ou mesmo essencial na concretização dos seus objetivos de crescimento a cinco anos”.

Por exemplo, a adoção da ‘cloud’ [armazenamento da informação na nuvem] entre as empresas portuguesas “cresceu para 27% em 2023, sendo que a maioria das empresas (81%) já ouviu falar da tecnologia, um pouco inferior à média europeia de 85%”.

A AWS investiu entre 2017 e 2022 “mais de 21.000 milhões de euros no futuro económico e digital da Europa, através de infraestruturas periféricas e de computação ‘cloud'”.

“Portugal depara-se com uma oportunidade sem precedentes”, afirma Suzana Curic, a nova ‘country leader’ da AWS em Portugal e Espanha, citada em comunicado.

O estudo tem por base uma amostra nacional de 1.000 empresas e 1.000 cidadãos, com dados recolhidos em 2023.

Últimas de Economia

A dívida pública da zona euro avançou para 88,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre de 2025, face a 87,7% no mesmo período do ano passado, com Portugal a registar a quinta maior descida homóloga.
Comparando com agosto, setembro registou mais 962 desempregados. Trata-se do segundo aumento mensal consecutivo, após seis meses seguidos de redução no número de desempregados.
A produção na construção aumentou 0,1% na zona euro e manteve-se estável na União Europeia (UE), em agosto, face ao mês homólogo, divulga esta segunda-feira o Eurostat.
As taxas impostas pelos EUA e a desvalorização do dólar estão a tornar as exportações portuguesas de pedra natural cerca de 40% mais caras, o que pode levar os clientes a procurar alternativas mais baratas, alerta a associação do setor.
O índice de preços na produção industrial caiu 3,7% em setembro, em termos homólogos, em resultado da redução de preços dos bens intermédios, da energia e dos bens de consumo, divulgou esta sexta-feira o INE.
A taxa de juro no crédito à habitação desceu 7,9 pontos para 3,228% entre agosto e setembro, mês em que, pela primeira vez desde maio de 2023, os juros representaram menos de metade do valor da prestação.
O número de dormidas em estabelecimentos de alojamento turístico na União Europeia (UE) subiu, em 2024, 2,7%, ultrapassando pela primeira vez os três mil milhões, segundo dados hoje divulgados pelo Eurostat.
A taxa de inflação homóloga da zona euro avançou, em setembro, para os 2,2%, interrompendo três meses consecutivos nos 2,0%, confirmou hoje o Eurostat, indicando uma taxa de 2,6% para a União Europeia (UE).
A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) alertou hoje para a utilização fraudulenta do nome e imagem de personalidades públicas e de instituições financeiras autorizadas, oferecendo serviços de intermediação financeira ou propondo oportunidades de investimento.
O consumo de cimento no mercado nacional totalizou 2,657 milhões de toneladas até agosto, recuando 1,6% em termos homólogos, apesar do crescimento registado no mercado residencial, segundo dados divulgados hoje pela associação setorial.