Renegociações de crédito à habitações sobem para valor cinco vezes superior a 2022

As renegociações de crédito à habitação aumentaram para 8,8 mil milhões de euros em 2023, um valor cinco vezes superior ao registado em 2022, de acordo com dados hoje publicados pelo Banco de Portugal (BdP).

© D.R.

 

Os dados do supervisor bancário revelam que o valor das renegociações de crédito à habitação subiu 7,2 mil milhões de euros no ano passado face aos 1,6 mil milhões de euros registados em 2022.

Esta evolução foi a principal responsável pelo aumento registado na globalidade das renegociações de crédito, passando de dois mil milhões de euros em 2022 para 9,3 mil milhões de euros em 2023.

Em 2023 esteve em vigor para os créditos destinados à habitação própria e permanente um novo Plano de Ação para o Risco de Incumprimento (PARI) para mitigação do aumento da taxa de esforço em contratos de crédito à habitação.

Entre as soluções usadas na renegociação ao abrigo deste regime estão o alargamento do prazo do crédito, a consolidação de créditos, a realização de um novo crédito ou a redução da taxa de juro.

Os contratos de créditos à habitação renegociados no âmbito PARI são considerados renegociação regular, sem qualquer marcação específica na Central de Responsabilidades de Crédito, “não se distinguindo de outros contratos de crédito renegociados por motivos não relacionados com dificuldades financeiras, por exemplo, melhorias contratuais devidas a um maior poder negocial do cliente”.

A Central de Responsabilidades de Crédito é uma base de dados, gerida pelo BdP, com informação prestada pelas entidades participantes (instituições que concedem crédito) sobre os créditos concedidos aos seus clientes.

O Banco de Portugal centraliza as responsabilidades de crédito mensais comunicadas pelas diversas entidades participantes, referindo-se os montantes divulgados às entidades participantes “às responsabilidades de cada devedor perante o conjunto dessas entidades, não sendo identificado o local onde foi concedido o crédito nem a entidade que o concedeu”.

Últimas de Economia

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai pedir um reforço em 250 milhões de euros da garantia pública a que pode aceder para crédito à habitação para jovens, disse hoje o presidente executivo em conferência de imprensa.
O índice de preços dos óleos vegetais da FAO foi o único a registar um aumento em outubro, contrariando a tendência de descida generalizada nos mercados internacionais de bens alimentares. O indicador subiu 0,9% face a setembro, atingindo o nível mais elevado desde julho de 2022, segundo o relatório mensal divulgado pela organização.
Apesar de o número total de empresas criadas em Portugal até setembro ter aumentado 3,7% face ao mesmo período de 2024, mais 1.636 novas constituições, atingindo o valor mais elevado dos últimos 20 anos, os dados do Barómetro da Informa D&B revelam sinais de desaceleração em vários setores e regiões do país.
Os custos de construção de habitação nova aumentaram 4,8% em setembro, face ao mesmo mês de 2024, com a mão-de-obra a subir 8,8% e os materiais 1,4%, segundo dados do INE hoje divulgados.
A ministra do Trabalho afirmou hoje, no parlamento, que as pensões mais baixas deverão ter um aumento de 2,79% em 2026 e que a atribuição de um suplemento extraordinário dependerá da folga orçamental.
A EDP prevê investir cerca de 2,5 mil milhões de euros em Portugal no período 2026-2028, dos quais 1.700 milhões em redes de eletricidade, anunciou hoje o presidente executivo do grupo, Miguel Stilwell d’Andrade.
O Banco da Inglaterra decidiu hoje manter as taxas diretoras em 4%, o nível mais baixo em mais de dois anos, ao avaliar que as pressões inflacionistas persistem na economia britânica.
A presidente do Conselho das Finanças Públicas (CFP) alertou hoje que a perceção de risco da República francesa pode vir a contagiar uma economia como a portuguesa, pelo que não se deve estar "relaxado" face à situação orçamental.
A Comissão Europeia anunciou hoje ter aberto uma investigação a um possível conluio, violando as regras europeias, entre a Deutsche Börse, grupo alemão que opera a Bolsa de Valores de Frankfurt, e a norte-americana Nasdaq.
A Air France-KLM vai formalizar a manifestação de interesse na compra da TAP nas próximas semanas, até ao final de novembro, confirmou hoje o presidente executivo (CEO) da companhia Benjamin Smith.