De acordo com um documento judicial, citado pela agência de notícias Associated Press, a defesa de Trump apresentou o pedido num tribunal de Nova Iorque, a Arthur Engoron, o juiz que na sexta-feira considerou o empresário culpado de fraude.
Com juros, Trump deve ao Estado norte-americano quase 454 milhões de dólares (419,1 milhões de euros), um valor que aumenta 87.502 dólares (80.775 euros) por cada dia que passe.
A procuradora-geral de Nova Iorque, Letitia James, disse à televisão ABC News na terça-feira que irá tentar confiscar alguns dos bens do ex-Presidente, incluindo arranha-céus, campos de golfe e outras propriedades, se não pagar a multa.
“Se ele não tiver fundos para pagar a sentença, então procuraremos mecanismos de execução da sentença no tribunal e pediremos ao juiz que confisque os seus bens”, disse James, afiliada ao Partido Democrata.
Engoron emitiu a decisão após um julgamento de dois meses e meio, estando em causa a acusação contra Trump de enganar os bancos com demonstrações financeiras que inflacionavam a sua riqueza.
Esta decisão sem precedentes é acompanhada por uma proibição de três anos para o ex-Presidente dos Estados Unidos de qualquer gestão empresarial no estado de Nova Iorque.
Os filhos do empresário, Eric Trump e Donald Trump Jr., que também exerciam funções na Trump Organization, foram proibidos de exercer cargos de representação ou direção em empresas de Nova Iorque, durante dois anos, disse ainda Engoron.
A pena severa foi uma vitória para Letitia James, que acusou Donald Trump por anos de práticas enganosas enquanto construía a multinacional que o tornou famoso e o ajudou a chegar à Casa Branca.
Os advogados de Trump já tinham dito, antes mesmo da sentença, que iriam recorrer. Mas o político republicano enfrenta mais casos na justiça norte-americana.
Em 15 de fevereiro, um tribunal de Nova Iorque decidiu que o julgamento do ex-Presidente dos Estados Unidos sobre o alegado pagamento a uma ex-atriz pornográfica para ocultar um caso extramatrimonial vai arrancar conforme programado, em 25 de março.
O juiz Juan Manuel Merchan aproveitou um atraso num outro processo judicial – que decorre em Washington, em que Trump é acusado de conspirar para anular os resultados das presidenciais de 2020 e que ficou suspenso por causa de um recurso da defesa – para justificar o não adiamento deste julgamento.
A decisão anunciada significa que este caso será o primeiro de quatro processos criminais em que Trump está envolvido a seguir para julgamento, num total de 91 acusações.