Vaticano critica aborto como direito em dia de decisão histórica em França

A Pontifícia Academia do Vaticano para a Vida defendeu hoje que “não pode ser um direito” acabar com uma vida humana, no dia em que o Congresso francês vota a inclusão do aborto na Constituição.

© D.R.

“A Pontifícia Academia para a Vida reitera que precisamente na era dos direitos humanos universais não pode haver um ‘direito’ de suprimir a vida humana”, afirma a Pontifícia Academia em comunicado.

O Senado francês aprovou na quarta-feira passada a inclusão do direito ao aborto na Constituição, nos mesmos termos que a Assembleia Nacional havia decidido há quase um mês, tornando a França o primeiro país a adotar esta medida, caso seja hoje ultrapassada a última etapa da votação conjunta de deputados e senadores.

A Academia do Vaticano dirigiu-se a todos os governos do mundo e a todas as religiões para que nesta fase da história “a proteção da vida se torne numa prioridade absoluta, com passos concretos a favor da paz e da justiça social, com medidas eficazes para o acesso universal aos recursos, à educação e saúde”.

“As situações particulares da vida e os contextos difíceis e dramáticos do nosso tempo devem ser enfrentados com os instrumentos de uma civilização jurídica que olhe sobretudo para a proteção dos mais fracos e vulneráveis”, sustenta.

Neste sentido, destaca que “a proteção da vida humana é o primeiro objetivo da humanidade” e só pode ser desenvolvida num “mundo sem conflitos nem feridas, com a ciência, a tecnologia e a indústria ao serviço da pessoa e da fraternidade”.

“Para a Igreja Católica, a defesa da vida não é uma ideologia, mas uma realidade, uma realidade humana que envolve todos os cristãos, precisamente porque são cristãos e humanos”, afirma a Academia Pontifícia, citando um discurso do Papa Francisco na audiência geral de 25 de março de 2020.

Se o texto for hoje aprovado pelo Congresso, a França tomará a decisão histórica de ser o primeiro país a inscrever o aborto como um direito na Constituição.

Últimas do Mundo

A polícia australiana considerou um “ato terrorista” contra a comunidade judaica o ataque com tiros na praia de Bondi, Sydney, que causou pelo menos 12 mortos.
Pelo menos duas pessoas morreram e oito ficaram feridas com gravidade num tiroteio ocorrido no campus da Universidade Brown, nos Estados Unidos, informou o presidente da câmara de Providence.
Mais de 40% do território espanhol está num processo de degradação devido à atividade humana que pode conduzir a desertificação, segundo o primeiro "Atlas da Desertificação em Espanha", elaborado por cientistas de diversas universidades e publicado recentemente.
O número de vítimas das inundações e deslizamentos de terra que atingiram a Indonésia subiu para 1.003 mortos e 218 desaparecidos, anunciou hoje a Agência Nacional de Gestão de Catástrofes.
Perante o colapso do sistema de asilo, o Governo britânico avançou com um método relâmpago: milhares de pedidos estão a ser aprovados sem entrevistas, apenas com base num questionário escrito. A oposição acusa Londres de “escancarar as portas” à imigração.
A cidade alemã de Salzgitter vai obrigar requerentes de asilo aptos para trabalhar a aceitar tarefas comunitárias, sob pena de cortes nas prestações sociais.
O homem que enganou Espanha, desviou dinheiro público e fugiu à Justiça acabou capturado em Olhão. Natalio Grueso, condenado por um esquema milionário de peculato e falsificação, vivia discretamente no Algarve desde que desapareceu em 2023.
O voo MH370 desapareceu a 8 de março de 2014 quando voava de Kuala Lumpur para Pequim com 239 pessoas a bordo, incluindo 227 passageiros - a maioria dos quais chineses - e 12 membros da tripulação.
A Comissão Europeia abriu hoje uma investigação à gigante tecnológica Google por suspeitar de violação da lei da União Europeia (UE), que proíbe abuso de posição dominante, ao impor "condições injustas" nos conteúdos de inteligência artificial (IA).
A tecnológica Meta anunciou a aquisição da empresa norte-americana Limitless, criadora de um pendente conectado, capaz de gravar e resumir conversas com recurso à inteligência artificial (IA).