“Dizem que são mais de dez, mas são oficiais, serviços especiais, serviços secretos. Para ser sincero, não presto atenção a esses números. Na Ucrânia, todo o nosso pessoal, os militares, que estão na linha da frente, estão a arriscar as suas vidas todos os dias”, disse Volodymyr Zelensky durante uma entrevista para a televisão italiana.
E acrescentou: “Os civis, que sofrem ataques como em Odessa, também estão em risco. Eu sou o Presidente do meu país, por isso também corro riscos e é óbvio porquê. Devo estar nas mesmas condições que qualquer ucraniano”.
Volodymyr Zelensky também sublinhou a necessidade de os parceiros da Ucrânia lhe fornecerem sistemas de mísseis de longo alcance, aludindo às preocupações de alguns aliados, como a Alemanha, de que estes poderiam ser utilizados para atacar o território russo.
“O nosso objetivo é desocupar as nossas terras e acabar com a guerra”, justificou, assegurando que um arsenal deste tipo poderia não só mudar o rumo da guerra, mas também dissuadir o Exército russo.
“Se tivéssemos armas de longo alcance, poderíamos abatê-los. Eles são inexperientes, muitos deles têm medo, se as nossas armas conseguissem chegar lá, eles também recuariam”, afirmou.
Volodymyr Zelenski também alertou para o “grande problema” que seria para o futuro da Ucrânia uma pausa no conflito. “Penso que uma interrupção da guerra é um desafio muito sério para nós” e “um grande problema para toda a Europa”, alertou.
“Já tivemos a experiência depois da ocupação da Crimeia e de parte do Donbas”, disse o Presidente ucraniano, para quem este tipo de tréguas só vai reforçar ainda mais a capacidade militar da Rússia.