A agência relata que um dos seus fotógrafos cobriu pela manhã os funerais dos dois homens identificados como Rabi Al-Naourassi, 22 anos, e Mahmoud Aboul Heja, 36.
Cada um dos seus corpos estava envolto numa bandeira verde do Hamas e ambos tinham as cabeças rodeadas por uma faixa em nome das Brigadas al-Qassam, o braço armado do movimento.
As versões divergem quanto às circunstâncias em que foram mortos.
“Tiros foram disparados contra um grupo de jovens” antes do amanhecer, perto da entrada das urgências do hospital governamental de Jenin, segundo Wissam Bakr, diretor da unidade, citado pela AFP. “Não houve confrontos”, descreveu, dando a entender que estavam desarmados.
“Os atiradores começaram a disparar […] e os dois jovens [morreram] na entrada da urgência”, acrescentou. Segundo Bakr, outras quatro pessoas ficaram feridas.
Questionado pela AFP, um porta-voz do Exército israelita declarou que, no decurso de “atividades antiterroristas” em Jenin, durante as quais “um suspeito procurado” foi detido, “soldados dispararam contra suspeitos armados identificados na área” e alguns foram atingidos.
Jenin, uma cidade localizada no norte da Cisjordânia ocupada e que abriga um dos campos de refugiados mais populosos e pobres dos territórios palestinianos, é um reduto de grupos armados.
A segurança é, teoricamente, da responsabilidade exclusiva da Autoridade Palestiniana, ao contrário de outras áreas da Cisjordânia ocupada, onde cabe unicamente ao Exército israelita, ou em articulação com a polícia da Palestina.
Israel ocupa o território da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental desde a designada Guerra dos Seis Dias de 1967, e mantém desde então um amplo regime de ocupação militar e colonização do território palestiniano.
Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, em 07 de outubro, foram mortos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental mais de 400 palestinianos pelas forças israelitas e em ataques perpetrados por colonos, além de se terem registado mais de 3.000 feridos e 6.650 detenções.