O ‘stock’ de 23.300 milhões de euros que os bancos tinham emprestados no crédito ao consumo em fevereiro representava mais 0,25% do que em janeiro e mais 3,8% em relação a fevereiro de 2023.
O ‘stock’ refere-se ao crédito novo concedido e ao crédito antigo cujos contratos ainda estão ‘vivos’.
Quanto aos novos créditos aos consumidores, os últimos dados são de janeiro. No primeiro mês do ano, o montante concedido aumentou 9,5% em termos homólogos para 652 milhões de euros.
Deste valor, 237 milhões de euros foi para compra de carros, 288 milhões de euros para outros créditos pessoais (sem finalidade específica), 114 milhões de euros para cartões de crédito, linhas de crédito e facilidades de descoberto e 12,9 milhões de euros para crédito pessoal destinado a educação, saúde, energias renováveis e outras.
Em 2023, os bancos tinham emprestado 7.654 milhões de euros em crédito ao consumo, o valor mais alto desde o início da série (2012).
O crédito ao consumo está regulado incluindo com taxas máximas que as instituições financeiras podem cobrar. A lei estabelece que as taxas máximas equivalem à Taxa Anual de Encargos Efetiva Global (TAEG) média praticada pelas instituições de crédito no trimestre anterior acrescidas de um quarto e que nenhuma pode ultrapassar em 50% a TAEG média.
O Banco de Portugal publicou recentemente as taxas máximas para o segundo trimestre do ano.
Entre abril e junho, sobe de 18,6% para 19% a taxa máxima de cartões de crédito, linhas de crédito, contas correntes bancárias e facilidades de descoberto. Já no crédito para compra de automóveis novos, a taxa máxima sobe de 6,1% para 6,3% no caso da locação financeira ou ALD e recua de 11,1% para 11,0% nos créditos com reserva de propriedade.
No caso dos veículos usados, a taxa máxima sobe de 6,5% para 6,8% na locação financeira ou ALD e avança de 14% para 14,2% nos contratos com reserva de propriedade e outros.
No que respeita às taxas para o crédito pessoal, quando a finalidade é educação, saúde, energias renováveis e locação financeira de equipamentos a taxa máxima sobe 7,7% para 8,5% e para outros créditos pessoais (sem finalidade específica, lar, consolidado e outras finalidades) sobe de 15,2% para 15,6%.
No relatório divulgado esta semana sobre crédito, o Banco de Portugal não indica preocupações quanto ao crédito ao consumo, referindo que tem melhorado o perfil dos clientes que contrataram crédito.
Em 2023, 91% do montante dos novos créditos à habitação e ao consumo foi a clientes com uma taxa de esforço inferior ou igual a 50%. A taxa de esforço é o rácio entre as prestações de créditos que o cliente paga mensalmente ao banco e o seu rendimento mensal.
A maturidade média do crédito ao consumo permaneceu estável ao longo de 2023. A maturidade média do crédito pessoal ficou em torno de 6,5 anos e a maturidade média do crédito automóvel em cerca de 8,6 anos.