Bispo de Setúbal alerta para condições de trabalho dos mariscadores do Tejo

O cardeal Américo Aguiar alertou hoje para as condições de trabalho dos mariscadores do Tejo, questionando o que deve ser feito para que aqueles trabalhadores não sejam vítimas de exploração e morte.

©Facebook de D. Américo Aguiar

Numa nota a propósito da morte nos últimos dias de um mariscador e o desaparecimento de outro, na área da diocese de Setúbal, onde é bispo, Américo Aguiar chama a atenção para o facto de a atividade ser “ilegal, que ciclicamente os media e as autoridades a todos (…) lembram e mostram…”.

“Estes irmãos sonham construir sonhos, alimentar famílias de longe, muito longe e de perto. É ilegal, mas todos baixamos a guarda e os olhos… É exploração, mas porventura usufruímos e baixamos os olhos…”, escreveu o cardeal na mensagem preparada em Fátima, onde participa nos trabalhos da Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa.

Américo Aguiar considera ainda que aquela atividade que muitos imigrantes praticam no Tejo “é o modo de subsistência de muitas famílias, de mulheres, homens e crianças”.

“Que podemos e devemos fazer? Como corresponder às expectativas de todos os envolvidos, quem marisca, quem vende, quem compra? Como fazer bem feito, sem explorar, sem desrespeitar, sem matar? Infelizmente não sei responder. Sinto-me envergonhado e impotente todas as vezes que passo a Ponte Vasco da Gama e os vejo ao longe, ali estão a mariscar…”, acrescentou.

Segundo a Diocese de Setúbal, esta nota pode alargar o seu âmbito “a todos os que vivem situações de exploração e pobreza, numa altura que coincide com a publicação da Declaração ‘Dignitas infinita’, sobre a dignidade humana”.

Aquele declaração divulgada na segunda-feira pelo Vaticano aponta a pobreza como “um dos fenómenos que mais contribui para negar a dignidade dos seres humanos”.

Últimas do País

Portugal prepara-se para entrar no grupo dos países com as leis da nacionalidade mais duras de toda a União Europeia. Se as alterações aprovadas no Parlamento, e agora sob escrutínio do Tribunal Constitucional, avançarem, será mais fácil tornar-se francês, alemão, belga ou sueco do que obter o cartão de cidadão português.
Os 10 detidos na operação 'Renascer', que apreendeu mais de sete toneladas de droga em duas embarcações de pesca no Atlântico, ficaram em prisão preventiva, adiantou hoje o Ministério Público (MP).
Entre 2010 e 2025, a Polícia Judiciária (PJ) contabilizou 66 crianças assassinadas, incluindo 26 recém-nascidos, apontando um estudo em curso para verificar se estes últimos casos têm como fatores comuns a ocultação da gravidez e a ausência do pai.
O nível de alerta no Sistema Vulcânico Fissural Oeste da Terceira subiu para V3 (fase de reativação), o mesmo grau atribuído ao vulcão de Santa Bárbara, revelou esta quarta-feira o Instituto de Vulcanologia da Universidade dos Açores.
Portugal conquistou três medalhas de ouro, duas de prata e uma de bronze nos Jogos Surdolímpicos, que hoje encerraram no Japão, na edição mais profícua de sempre, com destaque para Margarida Silva, André Soares e Joana Santos.
A reduzida autonomia dos Centros de Investigação Clínica e a falta de tempo nos planos curriculares das faculdades de medicina para integrar competências tecnológicas são os maiores desafios à inovação na saúde, conclui um relatório hoje divulgado.
A Comissão de Combate a Fraude no Serviço Nacional de Saúde será presidida por um magistrado e terá elementos permanentes da Polícia Judiciária, da Inspeção Geral da Saúde e das Finanças e do Infarmed, segundo a resolução hoje publicada.
A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) alertou hoje para o “alto risco de disseminação” da gripe aviária e determinou o confinamento das aves domésticas em todo o território do continente.
O Tribunal da Relação de Évora (TRE) mandou hoje repetir o julgamento dos seis arguidos absolvidos no processo da derrocada da Estrada Municipal 255 (EM255), entre Borba e Vila Viçosa, que provocou, em 2018, cinco mortos.
Cerca de 25 507 pedidos de nacionalidade portuguesa solicitados nos vários postos consulares de Portugal encontram-se pendentes, devido à falta de recursos humanos, que o Governo espera resolver com a admissão de novos profissionais, segundo o Ministério da Justiça.