Bispo de Setúbal alerta para condições de trabalho dos mariscadores do Tejo

O cardeal Américo Aguiar alertou hoje para as condições de trabalho dos mariscadores do Tejo, questionando o que deve ser feito para que aqueles trabalhadores não sejam vítimas de exploração e morte.

©Facebook de D. Américo Aguiar

Numa nota a propósito da morte nos últimos dias de um mariscador e o desaparecimento de outro, na área da diocese de Setúbal, onde é bispo, Américo Aguiar chama a atenção para o facto de a atividade ser “ilegal, que ciclicamente os media e as autoridades a todos (…) lembram e mostram…”.

“Estes irmãos sonham construir sonhos, alimentar famílias de longe, muito longe e de perto. É ilegal, mas todos baixamos a guarda e os olhos… É exploração, mas porventura usufruímos e baixamos os olhos…”, escreveu o cardeal na mensagem preparada em Fátima, onde participa nos trabalhos da Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa.

Américo Aguiar considera ainda que aquela atividade que muitos imigrantes praticam no Tejo “é o modo de subsistência de muitas famílias, de mulheres, homens e crianças”.

“Que podemos e devemos fazer? Como corresponder às expectativas de todos os envolvidos, quem marisca, quem vende, quem compra? Como fazer bem feito, sem explorar, sem desrespeitar, sem matar? Infelizmente não sei responder. Sinto-me envergonhado e impotente todas as vezes que passo a Ponte Vasco da Gama e os vejo ao longe, ali estão a mariscar…”, acrescentou.

Segundo a Diocese de Setúbal, esta nota pode alargar o seu âmbito “a todos os que vivem situações de exploração e pobreza, numa altura que coincide com a publicação da Declaração ‘Dignitas infinita’, sobre a dignidade humana”.

Aquele declaração divulgada na segunda-feira pelo Vaticano aponta a pobreza como “um dos fenómenos que mais contribui para negar a dignidade dos seres humanos”.

Últimas do País

O Tribunal de Almodôvar decretou hoje a prisão preventiva do homem suspeito de ter ateado cinco focos de incêndio junto à Estrada Nacional 2 (EN2), entre Castro Verde e Aljustrel, distrito de Beja, revelou fonte policial.
O Ministério Público (MP) acusou 15 arguidos de tráfico de estupefacientes no Bairro do Lagarteiro, no Porto, e em Espinho, foi hoje divulgado.
O antigo primeiro-ministro José Sócrates considerou hoje que um “lapso de escrita” que em 2024 reavivou o processo Operação Marquês, que “estava morto”, foi a “gota de água” que levou à apresentação de uma queixa contra o Estado português.
A Unicef Portugal e outras quatro instituições, unidas numa "Aliança pela Prevenção", apelam hoje ao Governo para que crie um "novo paradigma de tolerância zero para com a violência na infância" e tome medidas para combater o problema.
Quase 80% dos utentes inquiridos num estudo da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) revelaram um conhecimento inadequado ou problemático dos seus direitos no acesso aos cuidados de saúde.
Cerca de um terço das estações meteorológicas de Portugal continental ultrapassaram ou igualaram, no fim de semana, os seus anteriores máximos históricos de temperatura máxima para o mês de junho, segundo o IPMA.
O IRN e o Ministério da Justiça acrescentam que para "tornar mais eficiente a tramitação dos processos, o balcão do Arquivo Central do Porto encerrará, temporariamente, o atendimento presencial, para poder dedicar os seus recursos aos pedidos recebidos por correio e canal 'online'".
As matrículas dos alunos que em setembro vão para o 5.º ano de escolaridade começam hoje e os encarregados de educação devem fazê-lo até ao dia 11 de julho.
O envolvimento da Força Aérea no transporte de emergência médica mantém-se a partir de terça-feira, apesar de já ter sido concedido o visto ao contrato entre o INEM e a empresa Gulf Med, a quem foi adjudicado o serviço.
O fenómeno é particularmente visível no Algarve e na Grande Lisboa, onde há concelhos em que os partos de mães estrangeiras já ultrapassam, e de forma clara, os de mães portuguesas.