Xi diz a Lavrov que relações sino-russas devem avançar “de forma harmoniosa”

O Presidente chinês, Xi Jinping, disse ao Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, em Pequim, que China e Rússia devem manter os intercâmbios, para que as relações bilaterais se desenvolvam "de forma harmoniosa e estável".

© Facebook de Wang Yi

“China e Rússia uniram-se para forjar um novo caminho de coexistência e cooperação, que beneficiou ambos os países e contribuiu de forma sábia e poderosa para a igualdade e justiça internacionais”, afirmou Xi na terça-feira, segundo um comunicado difundido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

“Tal como acordei com o Presidente [russo, Vladimir] Putin, devemos continuar a manter intercâmbios estreitos para que as nossas relações possam desenvolver-se de forma harmoniosa e estável”, acrescentou, segundo a mesma nota.

O líder chinês salientou que Pequim apoia a Rússia “na luta contra o terrorismo e na manutenção da segurança e da estabilidade social” e sublinhou que a Organização de Cooperação de Xangai, liderada conjuntamente, “uniu o `Sul Global` num espírito de abertura, transparência e inclusão”.

Xi sublinhou que as duas partes devem aproveitar o 75.º aniversário desde o estabelecimento das relações diplomáticas para “aplicar plenamente” os “consensos” alcançados entre os dirigentes dos dois países.

“A China sempre atribuiu grande importância ao desenvolvimento das relações sino-russas e está disposta a trabalhar com a Rússia para intensificar a comunicação bilateral e reforçar a parceria estratégica multilateral”, afirmou.

Lavrov afirmou que a Rússia “admira profundamente” as conquistas alcançadas pela China, que “proporcionaram oportunidades importantes para o desenvolvimento de outros países”.

“A prioridade da política externa da Rússia é consolidar e melhorar de forma abrangente as relações com a China. O sucesso da reeleição do Presidente Putin assegura a continuidade destas relações”, afirmou Lavrov, de acordo com o comunicado do ministério chinês.

O responsável acrescentou que os laços entre os dois países estão a mostrar “forte resiliência” e que a Rússia procura “reforçar a colaboração bilateral e multilateral e trabalhar com outros países do `Sul Global` para contribuir para a formação de uma sociedade mais justa”.

Desde a eclosão do conflito na Ucrânia, a China apelou ao respeito pela “integridade territorial de todos os países”, incluindo a Ucrânia, e à atenção às “preocupações legítimas de todos os países”, referindo-se à Rússia.

Manter boas relações com Moscovo é vista por Pequim como crucial para contrariar a ordem democrática liberal dominada pelos Estados Unidos e países aliados. É também uma forma de assegurar estabilidade na fronteira terrestre com a Rússia, que tem mais de 4.300 quilómetros de extensão, e fornecimento estável de energia.

Esta condição permite a Pequim concentrar recursos nas áreas costeiras e mares circundantes, onde os Estados Unidos mantêm várias bases militares em países aliados, segundo analistas de política externa chineses.

A China quer afirmar-se como a principal potência no leste da Ásia e diluir o domínio geoestratégico norte-americano na região. A reunificação de Taiwan, localizado entre o Mar do Sul da China e o Mar do Leste da China, no centro da chamada “primeira cadeia de ilhas”, é um objetivo primordial no projeto de “rejuvenescimento da nação chinesa”, lançado por Xi Jinping.

As reivindicações territoriais sobre Taiwan e o Mar do Sul da China suscitaram tensões entre Pequim e quase todos os países vizinhos, desde o Japão às Filipinas. A crescente assertividade da China no Indo-Pacífico levou já à formação de parcerias regionais lideradas pelos Estados Unidos, incluindo o grupo Quad ou o pacto de segurança AUKUS, que propôs esta semana a inclusão do Japão.

Últimas do Mundo

O juiz do Tribunal Nacional espanhol José Luis Calama anunciou hoje ter iniciado uma investigação preliminar para apurar se o apagão de segunda-feira da rede elétrica espanhola pode ter sido um ciberataque às infraestruturas críticas espanholas.
A retoma da guerra em Gaza "desencadeou um novo inferno" no território palestiniano disse hoje o diretor-geral do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Pierre Krähenbühl.
O Ministério Público (MP) da província da Colúmbia Britânica, no oeste do Canadá, acusou de homicídio Adam Lo Kai-ji, o suspeito de um atropelamento que matou 11 pessoas num festival de rua em Vancouver.
A polícia do Canadá reviu hoje para 11 o número de mortos resultante de um atropelamento que ocorreu no sábado à noite num festival de rua em Vancouver.
A Alemanha e Israel alertaram hoje para o esquecimento, o revisionismo da história e a relativização do Holocausto no 80.º aniversário da libertação do campo de concentração nazi de Bergen-Belsen pelo exército britânico.
A Rússia lançou hoje um ataque de drones em várias regiões da Ucrânia, disseram as autoridades ucranianas, depois de o presidente dos EUA ter admitido duvidar que o líder russo quisesse terminar a guerra.
Seis meses após as inundações de 29 de outubro de 2024 no leste de Espanha, em que morreram mais de 220 pessoas, 103 dos 337 municípios afetados em Valência permanecem em estado de emergência, segundo as autoridades regionais.
Uma cientista política disse à Lusa que as eleições no Canadá, que decorrem na segunda-feira, representam um momento decisivo para o futuro político e económico do país.
Um homem dos serviços secretos especiais da Ucrânia foi detido por alegadamente ter matado o tenente-general russo Yaroslav Moskalik, alto comandante do Estado-Maior, revelaram hoje os serviços secretos russos.
O exército ucraniano qualificou de “falsas” as afirmações do Estado-Maior russo, segundo as quais as forças de Moscovo teriam recuperado o controlo total da região russa de Kursk, e afirmou que “prosseguia” as suas operações nesta zona fronteiriça.