OMS diz que maior hospital de Gaza é agora um cemitério

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou hoje que o hospital al-Shifa – o maior complexo de saúde de Gaza – está completamente destruído e que uma missão descobriu que foram enterrados corpos em áreas abertas dentro instalações.

© Facebook dos Médicos Sem Fronteiras

 

O cirurgião-chefe da OMS Thanos Gargavanis afirmou, em videoconferência a partir de Gaza e para jornalistas presentes em Genebra, Suíça, ter liderado, há alguns dias, uma equipa que visitou al-Shifa, no norte do enclave, e observou diretamente a destruição total de infraestruturas e equipamentos.

“Está tudo destruído e queimado, as redes de oxigénio, os aparelhos de tomografia computadorizada, os laboratórios e os equipamentos cirúrgicos, como ventiladores e aparelhos para anestesia”, contou.

“Não sobraram paredes e, no edifício da cirurgia especializada, há uma grande cratera desde a cave até ao segundo andar”, explicou.

Segundo o médico da OMS, o hospital tem também “espaços abertos onde foram cavadas sepulturas, algumas com nomes, outras sem” e “há corpos abandonados, alguns cobertos com plástico, outros não”.

O cirurgião indicou que a OMS pretende organizar enterros dignos para as pessoas que morreram naquele hospital, colocando os seus restos mortais em sacos individuais e tentando identificá-los posteriormente através de testes de ADN, como forma de proporcionar conforto às famílias.

Após a destruição do al-Shifa, resta apenas, de acordo com Gargavanis, um equipamento de produção de oxigénio em todo o norte de Gaza, localizado num pequeno hospital.

“Tivemos de voltar a trabalhar como se fazia há 60 anos, sem equipamento”, disse.

Gargavanis também lamentou que Israel não permita a retirada regular dos feridos e doentes, dando autorizações de saída apenas muito raramente, apesar de haver 9.000 pessoas na lista de espera e de vários países árabes, principalmente o Egito, estarem dispostos a recebê-los.

Israel deve deixar de tratar equipamentos médicos, medicamentos e outras provisões de saúde como se fossem itens de dupla utilização, ou seja, como se pudessem ser usados para fins de guerra, defendeu o responsável da organização, sublinhando que essa postura dificulta seriamente a entrada desse tipo material em Gaza.

O conflito em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeado por um ataque realizado em outubro do ano passado pelo movimento islamita palestiniano.

Nesse dia, 1.140 pessoas foram mortas, a maioria das quais civis, e sequestradas cerca de 240 pessoas, das quais uma grande parte continua na Faixa de Gaza.

Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, tem bombardeado a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas mais de 30.000 pessoas, também maioritariamente civis.

A ofensiva israelita também tem destruído a maioria das infraestruturas de Gaza e perto de dois milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, a quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave, controlado pelo Hamas desde 2007.

A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes, devido ao colapso dos hospitais, o surto de epidemias e escassez de água potável, de alimentos, medicamentos e eletricidade.

Últimas do Mundo

Perante o colapso do sistema de asilo, o Governo britânico avançou com um método relâmpago: milhares de pedidos estão a ser aprovados sem entrevistas, apenas com base num questionário escrito. A oposição acusa Londres de “escancarar as portas” à imigração.
A cidade alemã de Salzgitter vai obrigar requerentes de asilo aptos para trabalhar a aceitar tarefas comunitárias, sob pena de cortes nas prestações sociais.
O homem que enganou Espanha, desviou dinheiro público e fugiu à Justiça acabou capturado em Olhão. Natalio Grueso, condenado por um esquema milionário de peculato e falsificação, vivia discretamente no Algarve desde que desapareceu em 2023.
O voo MH370 desapareceu a 8 de março de 2014 quando voava de Kuala Lumpur para Pequim com 239 pessoas a bordo, incluindo 227 passageiros - a maioria dos quais chineses - e 12 membros da tripulação.
A Comissão Europeia abriu hoje uma investigação à gigante tecnológica Google por suspeitar de violação da lei da União Europeia (UE), que proíbe abuso de posição dominante, ao impor "condições injustas" nos conteúdos de inteligência artificial (IA).
A tecnológica Meta anunciou a aquisição da empresa norte-americana Limitless, criadora de um pendente conectado, capaz de gravar e resumir conversas com recurso à inteligência artificial (IA).
Ministério Público holandês está a pedir penas que podem chegar aos 25 anos de prisão para um pai e dois filhos acusados de assassinarem Ryan Al Najjar, uma jovem síria de 18 anos que, segundo a acusação, foi morta por se recusar a seguir as regras tradicionais impostas pela própria família.
Cada vez mais portugueses procuram a Arábia Saudita, onde a comunidade ainda é pequena, mas que está a crescer cerca de 25% todos os anos, disse à Lusa o embaixador português em Riade.
O Papa rezou hoje no local onde ocorreu a explosão no porto de Beirute em 2020, que se tornou um símbolo da disfunção e da impunidade no Líbano, no último dia da sua primeira viagem ao estrangeiro.
Pelo menos 30 pessoas foram sequestradas em três ataques por homens armados durante o fim de semana no norte da Nigéria, aumentando para mais de 400 os nigerianos sequestrados em quinze dias, foi hoje anunciado.