AMP e STCP perdem quase metade do capital da Metro do Porto para o Estado central

A Área Metropolitana do Porto (AMP) e a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) perderam praticamente 50% do capital que detinham na Metro do Porto, no âmbito da 'limpeza' de dívida realizada pelo Estado central.

© D.R.

Segundo dados a que a Lusa teve acesso esta quinta-feira, a posição da AMP no capital social da Metro do Porto, com o aumento de capital e limpeza da dívida da Metro do Porto noticiados hoje pelo Jornal de Negócios, a AMP passou de deter 35,22% da transportadora para 0,07%.

Já a STCP, empresa intermunicipal controlada pelo Porto, cujo capital está distribuído por seis municípios (o Porto detém 53,69%, Vila Nova de Gaia 12,04%, Matosinhos 11,98%, Maia 9,61%, Gondomar 7,28% e Valongo 5,4%), detinha 14,68% e passou a deter 0,03%.

No total, as entidades públicas de esfera metropolitana detinham 49,9% da Metro do Porto e passaram a deter 0,1%.

As restantes posições acionistas eram detidas pelo Estado (47,17%, que passou para 99,89%) e pela CP – Comboios de Portugal, que detinha 2,94% da Metro do Porto e passou a deter 0,01%.

No total, o Estado central detinha 50,11% da Metro do Porto e passou a deter 99,89%.

Apesar das alterações hoje conhecidas, a AMP mantém-se com assento no Conselho de Administração, conforme previsto nos estatutos da sociedade, através da presença de vogais não executivos.

A operação hoje tornada pública ‘limpou’ a dívida histórica da Metro do Porto, fazendo com que a dívida passasse de mais de 4,2 mil milhões de euros para cerca de 210 mil euros no final de 2023, disse à Lusa fonte oficial da empresa.

Em causa está a conversão da dívida da Metro do Porto à Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF) em capital.

A Lusa questionou a AMP e a STCP sobre a sua perda de posição acionista, eventuais compensações, perda de influência, e centralização do poder decisório no Estado, e aguarda reposta.

A Lusa também questionou o Ministério das Finanças sobre a operação.

Últimas de Economia

O Conselho Económico e Social (CES) considera "insuficiente o grau de clareza" das transferências internas da Segurança Social e recomenda que a Conta Geral do Estado (CGE) "passe a incluir dados detalhados" sobre a Caixa Geral de Aposentações (CGA).
O Banco Central Europeu (BCE) considerou que dez bancos importantes da zona euro tinham em 2025 provisões insuficientes para cobrir os riscos de exposições a crédito malparado, menos oito bancos que na revisão supervisora de 2024.
A Comissão Europeia decidiu hoje impor limites a importações de produtos de ligas de ferro (ferroligas) pela União Europeia (UE), como medida de proteção desta indústria.
O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI) exigiu hoje o reforço urgente da segurança, após recentes disparos contra serviços de finanças da Grande Lisboa, durante a madrugada, e alertou para o agravamento do clima de segurança nos trabalhadores.
O Ministério Público realizou buscas de grande escala na TAP para investigar suspeitas de corrupção e burla na privatização feita em 2015. O caso, reaberto com novos indícios da Inspeção-Geral de Finanças, ameaça reacender uma das maiores polémicas da empresa.
Nos primeiros nove meses do ano, foram comunicados ao Ministério do Trabalho 414 despedimentos coletivos, mais 60 face aos 354 registados em igual período de 2024, segundo os dados da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT).
O Banco Central Europeu (BCE) anunciou hoje que vai solicitar mais informações aos bancos sobre os ativos de garantia que permitem mais financiamento.
A economia portuguesa vai crescer 1,9% em 2025 e 2,2% em 2026, prevê a Comissão Europeia, revendo em alta a estimativa para este ano e mantendo a projeção do próximo.
A Comissão Europeia prevê que Portugal vai registar um saldo orçamental nulo este ano e um défice de 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2026, segundo as projeções divulgadas hoje, mais pessimistas do que as do Governo.
A taxa de juro no crédito à habitação desceu 4,8 pontos para 3,180% entre setembro e outubro, acumulando uma redução de 147,7 pontos desde o máximo de 4,657% em janeiro de 2024, segundo o INE.