Investigadores entregam hoje ao Governo manifesto a pedir fim da precariedade

Várias associações que representam os investigadores científicos vão entregar hoje um manifesto ao Governo a quem pedem o fim da precariedade e medidas urgentes para um problema de décadas.

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“Este conjunto de organizações pretende sensibilizar o atual Governo para a realidade da precariedade que existe no sistema científico nacional e exigir que os investigadores que trabalham, alguns há várias décadas, no sistema científico nacional tenham direito a uma carreira”, explicou à Lusa Romeu Videira.

O investigador e membro da direção do Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup) estará hoje no Porto, onde vai decorrer a conferência “Caminhos do Conhecimento: a indústria e a ciência da felicidade”, organizada pela Ciência Viva e com a presença da secretária de Estado da Ciência, Ana Paiva.

À entrada da Biblioteca Almeida Garrett, onde o evento terá lugar, representantes do SENSup, da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), da Associação dos Bolseiros de Investigação Científica (ABIC) da Federação dos Sindicatos da Função Pública e de outras organizações vão entregar à secretária de Estado o manifesto “Felicidade era acabar com a precariedade”.

“O que nós estamos a solicitar é a integração permanente nas carreiras”, resumiu Romeu Videira, reconhecendo que a situação melhorou ligeiramente nos últimos anos, sobretudo com a substituição das bolsas individuais de pós-doutoramento por contratos de trabalho em 2016, mas a precariedade continua a marcar a investigação científica.

No manifesto, pedem financiamento consistente para o emprego científico de doutorados, um mecanismo permanente de financiamento para a contratação na carreira de investigação cientifica, a revogação do estatuto do Bolseiro de Investigação, o fim do subfinanciamento das instituições e a contratação permanente de docentes convidados e trabalhadores que desempenham funções técnicas, de gestão de ciência e funções próximas.

“Aquilo que seria justo para a maior parte dos investigadores que andam há décadas em regime de precariedade seria uma regularização de vínculos extraordinária que lhes permitisse o acesso direto à carreira”, defende o dirigente sindical.

O programa FCT-Tenur, aprovado pelo anterior executivo, de financiamento para a contratação permanente de docentes e investigadores, foi um passo em frente, mas “fica muito aquém das expectativas”, acrescentou, referindo que as instituições solicitaram o dobro das vagas em relação ao que está previsto financiar.

Por outro lado, Romeu Videira lamentou a ausência de respostas do Ministério da Educação, Ciência e Inovação afirmando que, sobre o tema, “nem uma palavra até ao momento”.

Também o secretário-geral da Fenprof já tinha criticado a tutela por tardar em agendar uma reunião com os sindicatos que representam os investigadores e docentes do ensino superior.

“Os colegas do ensino superior e os investigadores começam a achar que aqui está uma das consequências negativas da fusão dos dois ministérios. Provavelmente, se houvesse dois ministérios, já teríamos tido a primeira reunião do ensino superior”, disse, na segunda-feira, Mário Nogueira.

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