Polónia restringe circulação a diplomatas russos devido a ataques híbridos

A Polónia vai impor restrições de circulação no país a diplomatas russos devido ao envolvimento da Rússia numa guerra híbrida contra Varsóvia e a União Europeia (UE), anunciou hoje a diplomacia polaca.

© Facebook de Radosław Sikorski

 

“Acabo de anunciar a decisão da Polónia relativamente ao envolvimento do Estado russo numa guerra híbrida contra a UE, incluindo a Polónia”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros polaco, Radoslaw Sikorski, em Bruxelas.

“Isto implica restrições à circulação de diplomatas russos no nosso país”, afirmou, citado pela agência francesa AFP.

A embaixada russa será em breve informada oficialmente da decisão, disse Sikorski numa conferência de imprensa em Bruxelas, onde os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE se reúnem hoje.

As restrições de circulação na Polónia, não se aplicarão ao embaixador da Rússia em Varsóvia, segundo o chefe da diplomacia polaca.

Citado pela agência noticiosa russa RIA Novosti, o embaixador da Rússia em Varsóvia, Sergei Andreyev, disse que ainda não tinha sido oficialmente informado das medidas tomadas.

Quando a decisão entrar em vigor, os funcionários da embaixada em Varsóvia não poderão sair da subdivisão administrativa da Mazóvia, onde se situa a capital polaca.

Os funcionários dos consulados só poderão deslocar-se dentro das respetivas regiões, disse Sikorski.

“Esperamos que outros [países] sigam o nosso exemplo”, disse o ministro, citado pela agência espanhola EFE.

Sikorski afirmou que existem provas de que o Estado russo está envolvido na preparação de atos de sabotagem numa campanha à escala da UE.

“Na Polónia, um homem já foi detido por quase ter levado a cabo um ataque de sabotagem e já existem outros suspeitos. Esperamos que a Federação Russa entenda isto como um sinal de alerta muito sério”, disse.

Sikorski aludiu também a um recente aumento do número de chegadas de migrantes e requerentes de asilo à fronteira polaco-bielorrussa, que Varsóvia descreve como um ato de “guerra híbrida” por parte da Bielorrússia, aliada de Moscovo.

O chefe da diplomacia da Estónia, Margus Tsahkna, também alertou em Bruxelas sobre as “provocações da Rússia”.

“A Rússia está apenas a tentar testar os nossos limites e a jogar com os nossos medos, o medo de uma escalada” do conflito em curso com a Ucrânia, afirmou à agência francesa AFP.

Há dois meses, a Estónia sofreu “o maior ciberataque da sua história”, quando três mil milhões de “pedidos ilegais” entraram no servidor do Governo em menos de quatro horas, disse Tsahkna.

Na Estónia, 98% dos procedimentos administrativos são executados ‘online’.

Tsahkna disse que a Estónia conseguiu resolver o problema, mas insistiu que a UE tem de reagir e adotar novas sanções face aos múltiplos ataques híbridos da Rússia.

No final de abril, e já em plena contagem decrescente para as eleições europeias de junho, a França, a Alemanha e a Polónia apelaram para medidas mais fortes contra as operações de desinformação russas na UE.

Os chamados ataques híbridos visam muitas vezes as infraestruturas críticas de um país através da manipulação informática, mas também podem consistir em campanhas de desinformação através das redes sociais.

Últimas do Mundo

A Aliança Atlântica está a acompanhar a situação na Coreia do Sul, depois da revogação pelo parlamento da lei marcial decretada pelo Presidente, anunciou hoje o secretário-geral da organização, insistindo na solidez da relação com Seul.
As autoridades ucranianas disseram hoje ter atacado “uma das principais bases aéreas” da aviação russa e atingido também um porto do Mar Negro que alberga navios de mísseis russos, utilizados em ataques à Ucrânia.
O Conselho da União Europeia (UE) deu hoje o aval às novas regras para a redução da exposição, nomeadamente das crianças, ao fumo passivo e aos aerossóis, no âmbito do plano europeu de luta contra o cancro.
O secretário-geral da Aliança Atlântica defendeu hoje o envio de apoio militar imediato à Ucrânia para lhe dar uma "posição de força" no momento das negociações com a Rússia.
Novos ataques russos a infraestruturas na Ucrânia causaram cortes generalizados de energia no oeste do país, a centenas de quilómetros da linha da frente do conflito, revelaram hoje as autoridades ucranianas.
O Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que vai assistir, no sábado, à reabertura da catedral de Notre-Dame, em Paris, onde são esperados cerca de 50 chefes de Estado e de Governo.
O presidente norte-americano indultou hoje o filho em três condenações relacionadas com posse de armas e ocultação de consumo de drogas às autoridades, argumentando que tiveram motivações políticas.
A Rede Europeia Anti-Pobreza exigiu hoje investimento "sério e comprometido" para melhorar os cuidados a idosos e garantir melhores condições a quem cuida desta população, de forma formal ou informal.
O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Saar, rejeitou hoje as acusações sobre Israel estar a violar o acordo de cessar-fogo com os libaneses do Hezbollah.
O Presidente sírio, Bashar al-Assad, prometeu hoje usar a “força” para erradicar o “terrorismo”, após grupos rebeldes tomarem a cidade de Alepo, numa operação relâmpago que já causou mais de 300 mortos.