Infarmed faz recomendações para gerir escassez de medicamentos para diabetes

O Infarmed emitiu várias recomendações dirigidas às empresas, profissionais de saúde e doentes para melhorar o fornecimento de medicamentos para a diabetes tipo 2, cuja “utilização abusiva” está a provocar escassez no mercado, segundo uma circular do regulador.

© D.R.

“A situação de escassez, que abrange os medicamentos Ozempic (semaglutido, nas suas três dosagens), Trulicity (dulaglutido) e Victoza (liraglutido) deverá manter-se em 2024 e 2025”, refere a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde numa circular informativa publicada no seu ‘site’.

Segundo o regulador, esta limitação deve-se à existência de “uma elevada prescrição” destes medicamentos destinados ao tratamento de doentes adultos com diabetes mellitus tipo 2, aliada a constrangimentos na capacidade de produção.

“A utilização destes medicamentos para indicações que não se encontram aprovadas, nomeadamente na perda de peso, tem contribuído, de forma significativa para o agravamento da situação”, afirma, recordando que os problemas de abastecimento ocorrem desde 2022.

O Infarmed adianta que todas as autoridades do medicamento a nível europeu estão envolvidas na monitorização e mitigação desta escassez em conjunto com as empresas responsáveis pela comercialização, tendo emitido “um conjunto de recomendações que visam melhorar o fornecimento destes medicamentos aos doentes”.

Nas recomendações dirigidas aos titulares de autorização de introdução no mercado (AIM) dos medicamentas, o Infarmed sugere que os materiais promocionais destes medicamentos sejam acompanhados de mensagens de alerta para evitar o seu uso indevido.

“Devem aumentar a capacidade de produção e implementar medidas, de rápida execução, que permitam aumentar a quantidade de medicamento fornecida, nomeadamente através de uma distribuição controlada e equitativa em todos os Estados membros da União Europeia”, refere na circular.

Para os profissionais de saúde, o regulador informa que os medicamentos em causa apenas estão comparticipados para o tratamento da diabetes tipo 2, como adjuvante à dieta e exercício, em adição a outros medicamentos para o tratamento da diabetes, para ser utilizado em segunda e terceira linhas terapêuticas.

Frisa ainda que estes medicamentos não devem ser prescritos a doentes que não sejam diabéticos e alerta que a sua utilização ‘off-label’ coloca em risco “a sua disponibilidade” para quem deles necessita e para os quais foram aprovados.

O início de novos tratamentos deve ser “cuidadosamente ponderado” face à escassez do abastecimento destes medicamentos e à existência de alternativas que não apresentam constrangimentos.

“As farmácias devem garantir, previamente à dispensa destes medicamentos, que os utentes já não dispõem de embalagens suficientes, através da consulta ao histórico de prescrições e dispensas, por forma a evitar açambarcamento”, recomenda o Infarmed.

Aconselha também os utentes, caso seja necessário, a consultar o médico para a prescrição de uma alternativa terapêutica, e adverte que a compra destes medicamentos “em circuitos ilegais, fora das farmácias, constitui um risco para a saúde”.

“A utilização abusiva dos medicamentos agonistas do recetor da GLP-1 tem graves consequências na saúde pública, havendo inclusivamente relatos de falsificação destes medicamentos”, alerta.

Últimas do País

Mais de um terço dos portugueses (35,4%) tem dupla cobertura de saúde, com acesso simultâneo ao SNS e a um seguro ou subsistema, valor três vezes superior à média europeia (10,4%) revela um relatório divulgado hoje.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), colocou hoje oito distritos de Portugal continental sob aviso laranja, e os restantes a amarelo, para quarta-feira, dada a previsão de chuvas intensas, ventos fortes e agitação marítima.
Um dos peritos ouvidos pela Inspeção-Geral da Saúde no caso do dermatologista de Santa Maria identificou dezenas de situações classificadas como benignas pela anatomia patológica, mas que foram consideradas e faturadas como malignas.
Os crimes de corrupção imputados ao antigo primeiro-ministro José Sócrates e outros três arguidos pelo financiamento da Caixa Geral de Depósitos (CGD) a Vale do Lobo poderão prescrever no primeiro semestre de 2026, informou hoje o tribunal.
O dermatologista que recebeu mais de 700 mil euros em três anos de cirurgias adicionais em Santa Maria marcou consulta para os seus pais sem referenciação prévia obrigatória e operou-os, recebendo mais de 5.500 euros.
A Web Summit regista um recorde de 71.386 participantes de 157 países, divulgou hoje a organização no seu 'site', adiantando que estão presentes 1.857 investidores de 86 países.
A pneumonia mata em média 16 pessoas por dia em Portugal, país que tem uma das mais elevadas taxas de mortalidade por pneumonia da Europa, alertou hoje a Sociedade Portuguesa de Pneumologia.
O antigo primeiro-ministro e principal arguido no processo Operação Marquês tinha pedido à juíza do caso para acabar com o que chama de "degradante espetáculo" de ter um advogado que não escolheu.
Número de utentes sem acompanhamento volta a crescer em outubro, apesar do aumento das inscrições nos centros de saúde. Lisboa e Vale do Tejo continuam a liderar a lista negra, com quase um terço dos utentes sem médico atribuído. Governo promete reforço, mas falha persiste.
O Estado gastou cerca de 244 milhões de euros em análises clínicas em 2024, mais 4,1% face ao ano anterior, segundo a monitorização da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) que assinala um aumento da procura.