Negociações para cessar-fogo em Gaza começam hoje em Doha sem o Hamas

A reunião promovida pelos mediadores internacionais para discutir um acordo de cessar-fogo em Gaza começa hoje em Doha, Qatar, e deverá prolongar-se durante vários dias, com a ausência do movimento islamita palestiniano Hamas.

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O primeiro-ministro israelita aprovou o envio de uma equipa de negociadores chefiada pelo chefe dos serviços secretos estrangeiros de Israel (Mossad), David Barnea, pelo seu homólogo dos serviços internos (Shin Bet), Ronen Bar, e pelo major-general Nitzan Alon, que supervisiona as conversações em nome do exército.

A reunião foi convocada pelos Estados Unidos, Qatar e Egito, que têm servido como mediadores no conflito na Faixa de Gaza, em curso há mais de dez meses, para pressionar Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas a aceitar uma trégua, apelando a que se chegue a um acordo sem mais demoras.

Em cima da mesa está um acordo que permitiria a troca dos 111 reféns israelitas ainda detidos em Gaza pela libertação de prisioneiros palestinianos em Israel, apesar de as partes estarem em confronto há meses sobre uma linha vermelha: o fim definitivo dos combates e a retirada das tropas israelitas do enclave.

No entanto, o Hamas recusou participar nestas negociações, pedindo que seja aplicado o que já foi acordado, com base no roteiro de paz proposto pelo Presidente norte-americano, Joe Biden. Os porta-vozes dos EUA asseguraram entretanto que o Qatar está a trabalhar para garantir que o grupo islamita esteja representado na reunião.

De acordo com o mediador norte-americano para o conflito Líbano-Israel, Amos Hochstein, a reunião deverá prolongar-se “durante vários dias”.

A comunidade internacional está a pressionar as partes para que cheguem a um acordo de cessar-fogo, com o objetivo também de diminuir as tensões no Médio Oriente, agravadas pela morte do líder do Hamas Ismail Haniyeh, num atentado em Teerão – que o Irão e o movimento palestiniano atribuíram a Israel -, e pelo ataque israelita em Beirute que matou o “número dois” da milícia xiita Hezbollah, Fuad Shukr.

Israel declarou a 07 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para “erradicar” o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando 1.194 pessoas, na maioria civis.

Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) fez também nesse dia 251 reféns, 111 dos quais permanecem em cativeiro e 41 morreram entretanto, segundo o mais recente balanço do Exército israelita.

A guerra fez até agora no enclave palestiniano perto de 40 mil mortos (1,8% da população) e 92.294 feridos, além de mais de 10.000 desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros após mais de dez meses de guerra, de acordo com números atualizados das autoridades locais.

O conflito causou também cerca de 1,9 milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa “situação de fome catastrófica” que está a fazer vítimas – “o número mais elevado alguma vez registado” pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

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