SINTAC revela que acordo “robusto” permitiu cancelar greve na SATA

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC) considerou hoje que o acordo que levou à desconvocação da greve dos trabalhadores de terra da SATA é "suficientemente robusto" e envolveu cedências de parte a parte.

Facebook/SATAAzoresAirlinesOfficial

“Embora não tenhamos visto todas as nossas reivindicações acolhidas, o acordo é suficientemente robusto para ser acolhido pelos trabalhadores”, avançou à agência Lusa o vice-presidente do SINTAC Filipe Rocha.

Aquele sindicato tinha anunciado em 28 de agosto uma greve dos trabalhadores de terra da SATA, entre 13 de setembro e 13 de outubro, acusando o conselho de administração da SATA de não querer chegar a acordo.

Na quinta-feira, por volta das 23:00, foi anunciada a desconvocação da greve após ter sido alcançado um acordo entre a companhia área e as estruturas sindicais.

Hoje, Filipe Rocha adiantou que o acordo envolveu cedências de parte a parte, lembrando que o SINTAC defendia um aumento salarial no vencimento base, enquanto a administração pretendia que a valorização acontecesse por via de um complemento ao salário.

“A empresa aceitou parcialmente a nossa reivindicação, tendo nós acabado por aceitar uma solução mista em que a valorização acontece parte no vencimento base e parte no complemento que a empresa queria”, revelou.

Para o sindicalista, o “saldo é positivo”, estando reunidas as condições para a paz social na empresa caso o acordo seja cumprido.

“A atividade sindical e a relação negocial com as empresas é uma permanente. Não está nunca finalizado. O que há é um acordo que, sendo cumprido pelas partes, não havendo surpresas por parte da empresa, é suficiente robusto para que não tenhamos conflitos nos próximos tempos”, realçou.

Filipe Rocha garante que o SINTAC não foi influenciado pelas “pressões”, defendendo que a concretização de uma greve significa a “derrota de um processo negocial”.

“A pressão pública, a pressão política, a pressão das contas [da empresa] não entrou na equação da nossa reivindicação. Queríamos um acordo justo e foi isso que conseguimos”, reforçou.

Já o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação (SITAVA), Paulo Duarte, contactado pela agência Lusa, lembrou que aquele sindicato não tinha nenhum contencioso com a empresa, uma vez que o acordo firmado entre a SATA e aquele sindicato está a ser cumprido.

O dirigente do SITAVA, contudo, mostrou-se satisfeito por ter sido possível alcançar um acordo que garante a paz social na empresa.

A greve de um mês dos trabalhadores da SATA, que começava hoje, foi desconvocada depois de o grupo ter chegado a acordo com o SINTAC e SITAVA.

“O acordo, que se estenderá até 2026, resultou num compromisso formal assumido por todas as partes e permitiu a desconvocação da greve anunciada para os dias 13 de setembro a 13 de outubro de 2024, bem como a greve ao trabalho extraordinário igualmente decretada”, pode ler-se num comunicado enviado na quinta-feira pela SATA e assinado pelo grupo de aviação e pelos dois sindicatos.

Últimas de Economia

A Comissão Europeia vai propor esta terça-feira um alívio nas regras de ajudas estatais da União Europeia e limites ao alojamento local para promover acesso à habitação acessível no espaço comunitário, sendo Lisboa uma das cidades comunitárias mais pressionadas.
Dez instituições sociais açorianas não vão pagar o subsídio de Natal aos trabalhadores por dificuldades financeiras devido a atrasos da República nas transferências e o Governo Regional disse hoje que está disponível para ajudar a ultrapassar o problema.
Metade dos pensionistas por velhice recebia uma pensão abaixo dos 462 euros, apesar de a média de 645 euros, segundo dados analisados por economistas do Banco de Portugal (BdP), que assinalam ainda as diferenças entre géneros.
O número de passageiros movimentados nos aeroportos nacionais aumentou 4,7% até outubro, face ao mesmo período de 2024, para 63,869 milhões, segundo dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Segundo um relatório do INE realizado em 2025 sobre rendimentos do ano anterior indicam que 15,4% das pessoas estavam em risco de pobreza em 2024, menos 1,2 pontos percentuais (p.p.) do que em 2023.
As exportações de bens caíram 5,2% e as importações recuaram 3% em outubro, em termos homólogos, sendo esta a primeira queda das importações desde junho de 2024, divulgou hoje o INE.
O número de trabalhadores efetivamente despedidos em processos de despedimentos coletivos aumentou 16,4% até outubro face ao período homólogo, totalizando os 5.774, superando o total de todo o ano passado, segundo os dados divulgados pela DGERT.
Os custos de construção de habitação nova aumentaram 4,5% em outubro face ao mesmo mês do ano passado, com a mão-de-obra a subir 8,3% e os materiais 1,3%, de acordo com dados hoje divulgados pelo INE.
Os consumidores em Portugal contrataram em outubro 855 milhões de euros em crédito ao consumo, numa subida homóloga acumulada de 11,3%, enquanto o número de novos contratos subiu 4%, para 157.367, divulgou hoje o Banco de Portugal (BdP).
O Governo reduziu o desconto em vigor no Imposto Sobre Produtos Petrolíferos (ISP), aplicável à gasolina sem chumbo e ao gasóleo rodoviário, anulando parte da descida do preço dos combustíveis prevista para a próxima semana.