Primeiro Festival Amália Rodrigues reúne 40 músicos no Fundão

O Fundão promove, de 18 a 20 de outubro, a primeira edição do Festival Amália Rodrigues, com 40 músicos, para descentralizar o fado e homenagear uma filha da terra, onde a fadista tem as raízes.

© D.R.

No ano em que se assinalam os 25 anos da morte de Amália Rodrigues, a Associação Fado Cale e a Câmara do Fundão decidiram organizar um evento que não é “só concertos”, mas que reúne um cartaz alargado e inclui a décima edição do Concurso Amália Rodrigues.

Durante os três dias atuam fadistas como Camané, Teresinha Landeiro, Flávia Pereira, Joana Amendoeira, Nani Medeiros ou Ana Paula e Custódio Castelo.

“Decidimos tornar a décima edição do concurso, de que Celeste Rodrigues e Fábia Rebordão fizeram parte do júri, num festival. Este programa é arrojado, com nomes de referência, e tem uma vertente bastante abrangente e diversificada”, acentuou, em declarações à Lusa, a vereadora com o pelouro da Cultura, Alcina Cerdeira.

O palco privilegiado será o Octógono, mas o festival estende-se ao Centro de Negócios e de Serviços, à Associação Fado Cale, à Igreja Matriz do Fundão – onde Amália foi batizada e onde se realiza uma missa fadista com José Quaresma -, e a restaurantes aderentes ao Festival Gastronómico Sabores de outono, onde as fadistas Ana Lopes e Lara Rodrigues vão atuar às refeições.

O presidente da Associação Fado Cale, Leonel Barata, lembra que os oito irmãos de Amália, entre os quais Celeste Rodrigues, nasceram no Fundão, as tias, com quem passava tempo, viviam na Rua da Cale, os pais a apenas alguns metros, e o município está a projetar a casa temática O Lugar de Amália na mesma artéria, uma ligação que leva o concelho a recordar a fadista num evento que permite ao público da região “juntar todos estes fadistas num festival de três dias”.

“Alguns destes fadistas já vieram à região, mas esta é uma oportunidade de o público os ver nestes dias e espero que seja uma oportunidade de ver fadistas que nunca tiveram oportunidade de ouvir antes”, referiu Leonel Barata, também ele músico.

Segundo o responsável, o sucesso da iniciativa “passa pela afluência que tiver”, espera que seja “o primeiro de muitos” e, embora conte que o festival se “sedimente na Beira Interior”, frisou que “a ideia é que venha a ser um evento nacional e ibérico”.

“Queremos que esteja no mapa dos festivais de fado, que seja uma referência”, acrescentou Alcina Cerdeira.

O programa escolhido teve em conta “uma transversalidade naquilo que é o contexto do fado nas suas mais diferentes vertentes”, vincou Leonel Barata.

Com a inclusão do X Concurso Amália Rodrigues, pretende-se também promover e incentivar novos intérpretes.

“Queremos tornar o Fundão num centro de criação de dinâmicas territoriais e de diversificação da experiência do fado”, realçou Leonel Barata, em declarações à agência Lusa.

O bilhete geral custa 25 euros e o programa vai além da música.

Está prevista a apresentação do livro “Amália Rodrigues – origem, raízes e história”, de José Barata de Castilho, um passeio pedestre para visitar as geografias da fadista na cidade, uma oficina de instrumentos musicais, com Óscar e João Cardoso, uma aula de fotografia em concertos, uma oficina sobre a escrita de poesia de acordo com as métricas do fado e a exibição do documentário sobre Amália Rodrigues, da autoria de Manuel Mozos, “Diva, simplesmente uma homenagem.

Após os concertos, há fado vadio na sede da Associação Fado Cale.

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