Ordem alerta que os melhores farmacêuticos estão a abandonar o SNS

O bastonário da Ordem dos Farmacêuticos (OF) alertou hoje que os melhores profissionais desta área estão a abandonar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), provocando uma situação nos hospitais que levará décadas a recuperar.

© LUSA/ANTÓNIO COTRIM

“Os melhores farmacêuticos, porque têm alternativas muito mais interessantes fora do SNS, estão a abandonar o SNS e estamos a criar uma situação que nem nas próximas décadas se consegue recuperar”, adiantou à Lusa Hélder Mota Filipe, no primeiro de três dias de greve dos profissionais das unidades de saúde públicas.

O bastonário salientou que “só alguém desprovido de alguma capacidade de compreensão é que podia deixar de concordar” com a paralisação dos farmacêuticos do SNS, alegando que se trata de uma classe que “desde 1999 não vê a grelha salarial atualizada”.

Hélder Mota Filipe deixou “uma chamada de atenção ao Governo” para a situação em que chegaram os farmacêuticos do SNS que “não permitirá nunca que os hospitais do SNS funcionem adequadamente”.

“Nenhum país desenvolvido tem hospitais a funcionar adequadamente sem que o circuito do medicamento e a boa utilização dos medicamentos esteja assegurado”, defendeu o bastonário, ao salientar que aos farmacêuticos é também pedida atualmente uma maior intervenção, tendo em conta a constante inovação terapêutica e o surgimento de fármacos altamente complexos.

“Não sei como é que querem compatibilizar a situação precária, desumana até, como os farmacêuticos estão a ser tratados no SNS com hospitais modernos que garantam a qualidade da prestação de cuidados na situação em que vivemos”, lamentou o responsável da OF.

Depois de realçar que o papel da ordem é garantir aos doentes a prestação da qualidade, Hélder Mota Filipe referiu que em causa está uma profissão que tem muitas alternativas, apontando o exemplo dos profissionais “envolvidos nos ensaios clínicos no SNS, que estão a sair para hospitais privados ou para companhias que desenvolvem” este tipo de atividade.

Hélder Mota Filipe defendeu ainda que, perante medicamentos que custam milhões de euros por tratamento, as poupanças que a intervenção dos farmacêuticos podem gerar “pagam a atualização da sua carreira e a contratação de mais uma quantidade” de outros profissionais para o SNS.

A greve dos farmacêuticos do SNS regista hoje uma adesão de 92% a nível nacional, com o pico a verificar-se na Madeira, com 96%, indicou o Sindicato Nacional dos Farmacêuticos (SNF).

Os farmacêuticos estão em greve entre hoje e quinta-feira para contestar o impasse nas negociações com a tutela, depois de ter sido adiada uma reunião prevista para o início do mês.

Últimas do País

O presidente da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) anunciou hoje que o regulador vai analisar contratos de seguros de proteção ao crédito, onde vê sinais de “algum desequilíbrio” na relação contratual com os clientes.
O casal acusado de triplo homicídio em Donai, no concelho Bragança, em julho de 2022 foi hoje condenado a 25 anos de prisão e ao pagamento de uma indemnização à família das vítimas de 225 mil euros.
Um casal foi condenado a dois anos e nove meses de prisão, suspensa na sua execução, por enviar mensagens de telemóveis falsas a cobrar supostas dívidas em nome da EDP, revelou hoje a Procuradoria-Geral Regional do Porto.
“Vocês não respeitam nada. Uma cambada de racistas, um gangue de racistas.” Ataques e insultos dirigidos a líder parlamentar e deputados do CHEGA levaram comandante a intervir e a chamar a polícia.
A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição avisa: prepare a carteira. Carne, peixe, fruta e legumes poderão subir até 7% já no próximo ano. Custos de produção disparam, exigências europeias apertam e o retalho admite que, apesar dos esforços, não vai conseguir travar totalmente os aumentos.
O número de livros impressos editados em 2024 caiu 14,3% para um total de 11.615 e o preço aumentou 2,6% face a 2023, revelou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Os doentes classificados como urgentes no hospital Amadora-Sintra enfrentam hoje de manhã tempos de espera de cerca de 12 horas para a primeira observação, segundo dados do portal do SNS.
A direção-executiva do SNS está hoje reunida com a ULS Amadora-Sintra para procurar soluções para reduzir os tempos de espera nas urgências neste hospital, que classificou como “o principal problema” do SNS neste momento.
A CP informou hoje que se preveem “perturbações na circulação de comboios” na quinta-feira e “possíveis impactos” na quarta e sexta-feira devido à greve geral convocada para dia 11 de dezembro.
Só no último ano letivo, chegaram às escolas mais 31 mil alunos estrangeiros, um salto de 22% que está a transformar por completo o mapa demográfico do ensino em Portugal.