Despedimentos até agosto ultrapassam o total de 2023

Entre janeiro e agosto, foram despedidas 3.929 pessoas, um aumento de 79% em relação às 3.622 dispensadas durante todo o ano de 2023, segundo a Direção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho (DGERT).

© D.R.

A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) alerta que as empresas estão a atingir o limite da sua capacidade de resistência, enquanto a Confederação do Comércio destaca a retração do consumo, especialmente em vestuário e calçado, esperando que alterações nas tabelas de IRS possam trazer “liquidez adicional” para o final do ano.

O ‘Diário de Notícias’ reportou que, das 410 empresas que comunicaram despedimentos coletivos, 318 avançaram efetivamente com esses processos, totalizando 4.190 trabalhadores, dos quais 3.929 foram despedidos, configurando o número mais elevado desde 2015.

Mais de metade dos despedimentos foram justificados pela necessidade de redução de pessoal, com Lisboa e Vale do Tejo liderando, seguida do Norte. Entre as 318 empresas que iniciaram processos, 75% são micro e pequenas empresas, com 102 e 136, respetivamente.

Cerca de um quarto dos despedimentos ocorreu no comércio por grosso e a retalho, e na reparação de veículos, seguidos das indústrias transformadoras e atividades de informação e comunicação.

Para a CIP, este aumento é um “sinal de alerta de que a resistência de muitas empresas portuguesas poderá estar a atingir o limite, sob o efeito acumulado de custos incomportáveis”.

Ainda assim, há setores que afirmam sofrer com a falta de mão de obra e que pretendem trazer trabalhadores estrangeiros para suprir as suas necessidades.

Últimas de Economia

As taxas impostas pelos EUA e a desvalorização do dólar estão a tornar as exportações portuguesas de pedra natural cerca de 40% mais caras, o que pode levar os clientes a procurar alternativas mais baratas, alerta a associação do setor.
O índice de preços na produção industrial caiu 3,7% em setembro, em termos homólogos, em resultado da redução de preços dos bens intermédios, da energia e dos bens de consumo, divulgou esta sexta-feira o INE.
A taxa de juro no crédito à habitação desceu 7,9 pontos para 3,228% entre agosto e setembro, mês em que, pela primeira vez desde maio de 2023, os juros representaram menos de metade do valor da prestação.
O número de dormidas em estabelecimentos de alojamento turístico na União Europeia (UE) subiu, em 2024, 2,7%, ultrapassando pela primeira vez os três mil milhões, segundo dados hoje divulgados pelo Eurostat.
A taxa de inflação homóloga da zona euro avançou, em setembro, para os 2,2%, interrompendo três meses consecutivos nos 2,0%, confirmou hoje o Eurostat, indicando uma taxa de 2,6% para a União Europeia (UE).
A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) alertou hoje para a utilização fraudulenta do nome e imagem de personalidades públicas e de instituições financeiras autorizadas, oferecendo serviços de intermediação financeira ou propondo oportunidades de investimento.
O consumo de cimento no mercado nacional totalizou 2,657 milhões de toneladas até agosto, recuando 1,6% em termos homólogos, apesar do crescimento registado no mercado residencial, segundo dados divulgados hoje pela associação setorial.
O excedente da conta corrente de bens da zona euro abrandou, em agosto, para mil milhões de euros, face ao homólogo de três mil milhões de euros, divulga hoje o Eurostat.
O Banco de Portugal (BdP) apelou hoje para que os consumidores estejam em alerta quando recebem mensagens ou chamadas que reclamam pagamentos de serviços como energia, água, telecomunicações ou a entidades públicas.
A dívida pública global deverá ultrapassar os 100% do PIB até 2029, o nível mais elevado em cerca de 77 anos, segundo estima o Fundo Monetário Internacional (FMI) no relatório divulgado hoje.