Ama suspeita de maus-tratos na Marinha Grande está proibida de contactar menores de 14 anos

A ama suspeita de maus-tratos a uma criança na Marinha Grande e cujo vídeo circula na Internet está proibida de contactar menores de 14 anos e obrigada a apresentações bissemanais, revelou hoje à agência Lusa a Comarca de Leiria.

© D.R

Segundo informação da Comarca, remetida via Conselho Superior da Magistratura, a arguida foi submetida hoje a primeiro interrogatório judicial, no Juízo de Instrução Criminal de Leiria, estando indiciada da prática de um crime de maus-tratos, previsto no artigo 152º-A, n.º1, alínea a) do Código Penal.

À arguida, foram impostas as medidas de coação de “proibição de contactar menores de 14 anos, com exceção de seus familiares”.

Ficou ainda obrigada a “apresentações bissemanais na Esquadra da PSP [Polícia de Segurança Pública] da Marinha Grande”.

De acordo com o Código Penal, “quem, tendo ao seu cuidado, à sua guarda, sob a responsabilidade da sua direção ou educação ou a trabalhar ao seu serviço, pessoa menor ou particularmente indefesa, em razão de idade, deficiência, doença ou gravidez” e “lhe infligir, de modo reiterado ou não, maus-tratos físicos ou psíquicos, incluindo castigos corporais, privações da liberdade e ofensas sexuais, ou a tratar cruelmente”, é “punido com pena de prisão de um a cinco anos, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal”.

Na segunda-feira, o Correio da Manhã, que publica o vídeo com imagem distorcida, noticiou que uma ama foi “filmada a dar banho de água fria e a agredir criança na Marinha Grande”.

Num comunicado divulgado após serem conhecidas as medidas de coação à ama, a PSP esclareceu que na segunda-feira foi entregue na esquadra da Marinha Grande “um vídeo onde alegadamente uma ama se encontrava a desferir palmadas a uma criança de cerca de dois anos, ao mesmo tempo que a obrigava a tomar um banho de água fria”.

De imediato, “com uma equipa multidisciplinar e em estreita colaboração como o Ministério Público”, elementos da PSP, Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) da Marinha Grande e Segurança Social deslocaram-se ao local para iniciar diligências processuais e aferir do bem-estar de todas as crianças que se encontravam no local.

“No decorrer da tarde de segunda-feira, os pais de cinco crianças foram informados dos motivos da nossa intervenção, bem como foram informados do não licenciamento quer do espaço, quer da atividade, tendo-lhes sido solicitado que se deslocassem ao local”, informou a PSP.

A mulher acabou por ser detida na terça-feira, fora de flagrante delito, para ser presente a primeiro interrogatório judicial, no mesmo dia em que a Procuradoria-geral da República confirmou a instauração de um inquérito.

O Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social revelou, por seu turno, que a ama não tinha atividade licenciada e que foram encontrados na casa cinco menores.

“Trata-se de uma atividade não licenciada que será alvo de fiscalização por parte do Instituto da Segurança Social, com base nas suas competências nesta matéria”, explicou a tutela numa resposta a um pedido de informação da Lusa.

O Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social adiantou que no local “foram encontradas cinco crianças com idades compreendidas entre os 6 e os 24 meses”, tendo os progenitores sido “chamados ao local para irem buscar os seus filhos e prestar declarações na PSP”.

No comunicado hoje divulgado, a PSP acrescentou que “foi já possível integrar estas crianças em creches, em atividades de animação e de apoio à família na educação pré-escolar e na componente de apoio à família no 1.º ciclo do ensino básico”.

A presidente da CPCJ da Marinha Grande, Ana Alves, também vereadora na Câmara, referiu que “o licenciamento de respostas sociais é competência do Instituto da Segurança Social”.

Através do gabinete de imprensa do município, Ana Alves acrescentou que, “das crianças identificadas, há três com processos de promoção e proteção ativos, instaurados judicialmente, com acompanhamento do tribunal”, sendo que, “nada mais tem a declarar”, dada a “natureza reservada da situação”.

Últimas do País

O presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) afirmou hoje que a descida de casos de cancro em 2022 reflete uma normalização estatística, após os atrasos nos diagnósticos provocados pela pandemia, alertando que a tendência é de aumento.
associação que representa os médicos tarefeiros disse hoje que as urgências hospitalares só funcionam graças ao trabalho dos referidos de serviço e determinadas que o atual modelo assenta num modelo de “exploração silenciosa”.
A atividade gripal continua a manter elevada a pressão sobre os serviços de saúde do Médio Tejo, com destaque para a urgência do Hospital de Abrantes, havendo oito doentes em cuidados intensivos, cinco dos quais devido a infeção respiratória e três com gripe A, e nenhum deles vacinado.
A bilhética integrada com Cartão de Cidadão, que visa simplificar e unificar o acesso aos transportes públicos, permitindo utilizar diversos modos de transporte com uma só identificação, estará concluída na segunda metade de 2027.
As seguradoras contabilizaram um montante total de 31 milhões de euros em danos provocados pela Depressão Cláudia, que atingiu Portugal em novembro, segundo dados divulgados pela Associação Portuguesa de Seguradores (APS).
Cerca de 1,7 milhões de pessoas continuam a viver em Portugal abaixo do limiar da pobreza, das quais cerca de 300 mil são crianças, apesar de o risco de pobreza ter descido, em 2024, para o valor mais baixo dos últimos 20 anos.
Nova presidente, novo vice-presidente e ordenados reforçados. O Governo reclassificou o Metro de Lisboa para a categoria A e alinhou os salários da administração com os da CP e com o do primeiro-ministro.
A empresa municipal Carris vai reforçar as carreiras de autocarros na noite da passagem de ano em Lisboa, que se celebrará no Terreiro do Paço, enquanto o metro encerrará no horário habitual, às 01h00, revelou hoje a câmara.
O porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE) admitiu hoje que “não há hipóteses” de alteração dos boletins para as eleições presidenciais e indicou que eventualmente votos em candidaturas rejeitadas serão considerados nulos.
A festa de passagem de ano no Terreiro do Paço, em Lisboa, vai ter um dispositivo de segurança “muito robusto”, com revistas nos seis pontos de entrada do recinto, que abre às 19h30 de quarta-feira, revelou hoje a PSP.