A análise, realizada pelo Gabinete de Recuperação de Ativos (GRA) da Polícia Judiciária, abrangeu nove contas bancárias pertencentes ao antigo vice-presidente da Câmara de Gaia.
O Ministério Público (MP) requereu a liquidação de 42,5 milhões de euros a cinco arguidos e oito empresas acusadas de corrupção no setor urbanístico em Gaia. Para assegurar o ressarcimento do património incongruente em caso de condenação, foram decretados o arresto de contas e bens dos visados.
Há cerca de 15 dias, o DIAP Regional do Porto apresentou ao Tribunal de Gaia um requerimento onde constam os rendimentos detalhados de Patrocínio Azevedo e da sua esposa, bem como os depósitos realizados nas contas do casal.
“O arguido Patrocínio Azevedo possuiu, assim, um património no valor de 106.588,16 euros, incompatível com os seus rendimentos lícitos e fiscalmente comprovados, apurado através da dedução do seu rendimento legal à totalidade do seu património”, pode-se ler no documento.
O MP suspeita que os depósitos e transferências não justificadas tenham origem em atividades ilícitas atribuídas ao antigo vice-presidente do Partido Socialista, acusado de cinco crimes de corrupção passiva, um de participação económica em negócio, um de tráfico de influência, quatro de recebimento ou oferta indevidos de vantagem e um de branqueamento de capitais.
O promotor imobiliário Paulo Malafaia também foi indiciado pelos mesmos crimes. O MP ordenou o arresto de saldos nas 77 contas bancárias controladas por Malafaia, além de veículos de luxo, incluindo um Porsche, um Jaguar e um Aston Martin avaliado em mais de 70 mil euros.
Patrocínio Azevedo e Paulo Malafaia estão em prisão preventiva desde maio de 2023. Estima-se que o autarca do Partido Socialista tenha recebido cerca de 125 mil euros em dinheiro, além de outros valores não apurados pela investigação e também terá aceite quatro relógios de luxo avaliados em aproximadamente 13 mil euros.