Uma empresa situada numa zona residencial na freguesia de A Ver-o-Mar, na Póvoa de Varzim, comercializava gomas, bolachas e até bebidas feitas com droga, desde o mês de setembro. As guias das caixas descreviam outros materiais para iludir a fiscalização, segundo apurou o Jornal de Notícias (JN).
Os colaboradores da empresa doseavam a droga, embalavam-na em pequenos sacos e, nalguns casos, transformavam-na em gomas ou bolachas. Em seguida, estes produtos eram promovidos nas redes sociais e sites da Internet como produtos sem THC – substância psicoativa proibida por lei que causa alucinações –, ou seja, de comercialização legal.
Note-se que em Portugal, a venda de produtos à base de canábis é permitida desde que não tenha THC, o que permitiu que estes produtos fossem vendidos.
Contudo, a PJ descobriu que os produtos “legais” eram, na realidade, droga. “Após intercetar uma encomenda suspeita [num entreposto postal], veio a remeter o produto para análise pericial do Laboratório de Polícia Científica da PJ, vindo a verificar-se que se tratava de produto estupefaciente ilegal”, pode-se ler no comunicado a que o JN teve acesso.
A PJ efetuou uma busca ao armazém da empresa e apreendeu mais de cem quilos de canábis herbácea e cerca de 30 quilos de haxixe (pasta feita à base da resina da canábis). Deteve ainda três homens (dois argelinos e um francês) e uma portuguesa. Os dois franceses fundadores da empresa continuam a monte.