Guerra comercial entre China e UE resultará em perdas para ambos

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês advertiu este fim de semana que uma guerra comercial entre China e Europa resultará em perdas para os dois lados, num encontro com Emmanuel Bonne, conselheiro diplomático da presidência francesa.

© Facebook de Wang Yi

 

“Uma guerra comercial só levará a perdas de ambos os lados”, disse Wang Yi. “A China é o mais firme defensor do sistema de comércio livre e opõe-se à politização das questões económicas e comerciais“, vincou.

Wang Yi reuniu-se com Emmanuel Bonne, à margem do 26.º Diálogo Estratégico China-França, em Pequim, de acordo com um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

A China e a União Europeia enfrentam várias disputas comerciais, desencadeadas pela decisão do bloco de 27 países de impor taxas sobre os veículos elétricos chineses, que Bruxelas considero terem beneficiado injustamente de subsídios estatais. Em contrapartida, Pequim lançou investigações sobre as importações europeias de carne de porco e de produtos lácteos.

Wang exortou Bruxelas a adotar uma atitude construtiva e a encontrar soluções mutuamente aceitáveis através do diálogo.

O chefe da diplomacia chinesa disse ainda que os intercâmbios bilaterais se tornaram mais estreitos, tendo os dois países abordado desafios globais, incluindo a inteligência artificial, a governação dos oceanos e o Médio Oriente, acrescentou a mesma nota.

A China e a França devem apoiar firmemente um sistema internacional centrado nas Nações Unidas, construir um mundo multipolar equitativo e ordenado, promover a unidade e a cooperação internacionais, opor-se à divisão e ao confronto e, sobretudo, abandonar a mentalidade da Guerra Fria e os jogos de tudo ou nada“, afirmou.

Wang disse esperar que os dois países possam seguir uma agenda positiva no próximo ano, promover a cooperação e explorar oportunidades em domínios como a energia nuclear e aeroespacial, a inteligência artificial, os novos materiais, o equipamento topo de gama, a proteção ambiental e a tecnologia dos cuidados de saúde.

A visita de Bonne à China deve lançar as bases para uma potencial viagem de Macron à China no próximo ano.

A França não apoia as guerras comerciais e apoia a “cooperação mutuamente benéfica entre a Europa e a China”, afirmou Bonne, indicou o comunicado chinês.

Últimas de Economia

O Banco Central Europeu (BCE) vai reduzir o prazo da aprovação das recompras de ações dos bancos a partir de janeiro para duas semanas em vez dos atuais três meses, foi hoje anunciado.
A produtividade e o salário médio dos trabalhadores de filiais de empresas estrangeiras em Portugal foram 69,6% e 44,2% superiores às dos que laboravam em empresas nacionais em 2024, segundo dados divulgados hoje pelo INE.
O subsídio de apoio ao cuidador informal deixa de ser considerado rendimento, anunciou hoje o Governo, uma situação que fazia com que alguns cuidadores sofressem cortes noutras prestações sociais, como o abono de família.
O Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter os juros inalterados, como era esperado pelos analistas e mercados, segundo foi hoje anunciado após a reunião de dois dias.
Os títulos de dívida emitidos por entidades residentes somavam 319.583 milhões de euros no final de novembro, mais 1.200 milhões de euros do que no mês anterior, segundo dados hoje divulgados pelo Banco de Portugal (BdP).
A taxa de juro no crédito à habitação encontradau 4,7 pontos para 3,133% entre outubro e novembro, mas nos contratos celebrados nos últimos três meses a taxa levantada pela primeira vez desde abril, segundo o INE.
Sete em cada 10 jovens dizem não conseguir ser financeiramente autónomos e a maioria ganha abaixo do salário médio nacional, segundo um estudo que aponta o custo da habitação como um dos principais entraves à sua emancipação.
O Governo aprovou hoje o aumento do salário mínimo nacional em 50 euros em 2026, de 870 para 920 euros (brutos), anunciou hoje o ministro da Presidência após o Conselho de Ministros.
A Comissão Europeia estima que os preços da habitação em Portugal estejam sobrevalorizados em 25%, sendo esta a percentagem atual mais elevada na União Europeia (UE), sendo também um dos piores países nas variações no poder de compra.
A Comissão Europeia vai propor esta terça-feira um alívio nas regras de ajudas estatais da União Europeia e limites ao alojamento local para promover acesso à habitação acessível no espaço comunitário, sendo Lisboa uma das cidades comunitárias mais pressionadas.