O Ministério da Saúde “tem falhado na gestão dos CSP, prejudicando utentes e médicos”, escreve a FNAM, insistindo: “Ao mesmo tempo que recorre a linhas telefónicas para desviar doentes dos Serviços de Urgência, pretende impor a marcação direta de consultas para utentes não inscritos nas respetivas unidades, através da linha SNS 24”.
Para a FNAM, esta manobra não só é ilegal, como prejudicará a realização de consultas programadas e de doença aguda, falhando aos utentes inscritos e que são seguidos nestas unidades de saúde.
Adicionalmente, a federação aponta a imposição, a partir de janeiro, da atribuição automática de médico a utentes sem médico de família, considerando que “viola a legislação em vigor”.
“Estas medidas foram decididas sem consultar os médicos ou estruturas representativas como a FNAM e em desrespeito total pela contratualização prevista entre os CSP e as respetivas Unidades Locais de Saúde”, sublinha.
A FNAM exige que sejam respeitados os limites das listas de utentes dos médicos de família, que já considera excessivos, assim como a salvaguarda da contratualização de carteiras adicionais de serviços para garantir o acesso e a qualidade do atendimento.
Pede ainda uma negociação “séria e com soluções” não só com para os médicos de família como para todo o ecossistema do SNS, sobretudo para os utentes.
A FNAM ameaça ainda prolongar até final do primeiro semestre esta greve ao trabalho extra, assim como avançar para outras formas de luta, caso o Ministério da Saúde persista “na violação dos procedimentos da contratação coletiva”.