Quase 250 prisioneiros políticos libertados na Venezuela

A organização não governamental (ONG) venezuelana Comité para a Liberdade dos Presos Políticos disse que foram libertados 247 pessoas detidas por razões políticas após as presidenciais de julho, que deram a reeleição de Nicolás Maduro.

© Instagram Maria Corina Machado

Num comunicado divulgado na terça-feira, na rede social X, a ONG disse que, de acordo com familiares, 137 foram libertados da prisão de Tocuyito e 110 da prisão de Tocorón.

A organização lamentou que os antigos prisioneiros políticos estejam “a ser coagidos a não falar sobre as condições de confinamento”.

“São obrigados a afirmar que durante o tempo que passaram na prisão os seus direitos humanos foram respeitados e que receberam um tratamento digno, o que contradiz testemunhos anteriores e denúncias de graves violações dentro das instalações prisionais”, afirmou a ONG.

A organização reiterou o apelo à aceleração do processo de libertação “para que todas as famílias possam receber o Ano Novo com os seus entes queridos”.

Também na terça-feira, uma outra ONG venezuelana, a Foro Penal, disse que todos os adolescentes detidos por razões políticas foram libertados.

Isto depois de o Ministério Público ter anunciado que 956 pessoas, detidas após as eleições presidenciais, foram libertadas após processos de revisão das penas.

Num vídeo divulgada na rede social X, o diretor da Foro Penal, Alfredo Romero, disse que ainda há “mais de 1.800” adultos presos por razões políticas, a maioria detidos após as eleições.

Na segunda-feira, a ONG que lidera a defesa das pessoas detidas por motivos de consciência na Venezuela disse que há três pessoas com nacionalidade portuguesa entre os detidos na Venezuela.

Numa nota publicada na rede social Instagram a ONG disse que, dos 1.877 reclusos, 19 são estrangeiros e 31 têm dupla nacionalidade.

Dos detidos com dupla nacionalidade, três são portugueses, 12 são espanhóis, nove italianos, seis colombianos e um chileno, disse a Foro Penal.

A ONG acrescentou que, dos 19 estrangeiros, quatro são colombianos, três equatorianos, dois espanhóis e os restantes são da Argentina, Guiana, México, Peru, Ucrânia, Uruguai e Estados Unidos.

De acordo com dados oficiais, cerca de 2.400 pessoas foram detidas no âmbito dos protestos pós-eleitorais, que causaram também 28 mortes, incluindo dois militares, e 192 feridos.

A Venezuela realizou eleições presidenciais em 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória ao atual Presidente e recandidato Nicolás Maduro, com pouco mais de 51% dos votos.

A oposição afirma que Edmundo González Urrutia (atualmente exilado em Espanha) obteve quase 70% dos votos.

A oposição venezuelana e muitos países denunciaram uma fraude eleitoral e têm exigido que o CNE apresente as atas de votação para uma verificação independente.

O próximo Presidente da Venezuela tomará posse a 10 de janeiro de 2025 para um mandato de seis anos.

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