Quase 70% dos portugueses desconfia de IA a tratar dados pessoais em serviços financeiros

Quase 70% dos portugueses manifestou preocupações sobre o tratamento de dados pessoais por sistemas de Inteligência Artificial (IA) usados por instituições financeiras, colocando o país muito acima da média da União Europeia (52%), segundo um estudo da Intrum, hoje divulgado.

© D.R.

De acordo com o relatório sobre os pagamentos dos consumidores europeus, da empresa de gestão de crédito Intrum, 67% dos inquiridos manifestaram preocupações relativamente aos seus dados pessoais tratados por IA, “uma lacuna crítica de confiança que as empresas devem resolver, especialmente à medida que a segurança e a privacidade de dados se tornam cada vez mais centrais para as expectativas dos consumidores no cenário digital atual”.

Mais de metade dos entrevistados (55%), um valor acima da média europeia (46%), expressaram as suas preocupações com a falta de empatia humana da IA em processos de tomada de decisão sensíveis.

“Os dados do estudo mostram que a confiança na IA está intimamente ligada à perceção de segurança e privacidade”, refere o estudo, realçando que a diferença “notável” entre Portugal e a média europeia sugere uma maior sensibilidade no país quanto a este tema, especialmente entre os ‘Millennials’ (nascidos entre 1981 e 1996, atualmente com idades entre 26 e 41 anos).

Segundo o relatório, este receio está ligado à perceção de que, ao depender exclusivamente de algoritmos e dados, a IA pode gerar decisões que aparentam ser menos compassivas ou flexíveis em comparação com as que são feitas por humanos.

Este ponto é especialmente relevante para consumidores mais velhos da Geração X (59-44 anos) e ‘Boomers’ (79-60 anos), que valorizam a empatia e flexibilidade típicas das interações humanas.

O estudo concluiu também que 50% dos inquiridos revelou que, desde que o processo de pagamento seja fluído e sem complicações, não lhes faz diferença se a tecnologia de IA está ou não a ser usada em segundo plano, uma percentagem ligeiramente acima da média europeia (48%).

O relatório revelou também que 37% dos consumidores portugueses (31% na média europeia) acreditam que a IA pode desempenhar um papel crucial na redução de preconceitos inconscientes nas práticas de cobrança de dívidas, promovendo maior equidade no processo.

Entre os mais jovens, esse número é ainda mais expressivo, atingindo 45% na geração Z, enquanto na Europa a média é de 38%.

Por outro lado, 32% dos inquiridos disse acreditar que existe menos margem para erros humanos se a IA gerir o processo de cobrança de dívidas de uma empresa.

O relatório anual European Consumer Payment Report baseia-se num inquérito realizado em 20 países na Europa, incluindo Portugal, a um total de 20.000 consumidores, entre julho e setembro deste ano.

Últimas do País

O presidente da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) anunciou hoje que o regulador vai analisar contratos de seguros de proteção ao crédito, onde vê sinais de “algum desequilíbrio” na relação contratual com os clientes.
O casal acusado de triplo homicídio em Donai, no concelho Bragança, em julho de 2022 foi hoje condenado a 25 anos de prisão e ao pagamento de uma indemnização à família das vítimas de 225 mil euros.
Um casal foi condenado a dois anos e nove meses de prisão, suspensa na sua execução, por enviar mensagens de telemóveis falsas a cobrar supostas dívidas em nome da EDP, revelou hoje a Procuradoria-Geral Regional do Porto.
“Vocês não respeitam nada. Uma cambada de racistas, um gangue de racistas.” Ataques e insultos dirigidos a líder parlamentar e deputados do CHEGA levaram comandante a intervir e a chamar a polícia.
A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição avisa: prepare a carteira. Carne, peixe, fruta e legumes poderão subir até 7% já no próximo ano. Custos de produção disparam, exigências europeias apertam e o retalho admite que, apesar dos esforços, não vai conseguir travar totalmente os aumentos.
O número de livros impressos editados em 2024 caiu 14,3% para um total de 11.615 e o preço aumentou 2,6% face a 2023, revelou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Os doentes classificados como urgentes no hospital Amadora-Sintra enfrentam hoje de manhã tempos de espera de cerca de 12 horas para a primeira observação, segundo dados do portal do SNS.
A direção-executiva do SNS está hoje reunida com a ULS Amadora-Sintra para procurar soluções para reduzir os tempos de espera nas urgências neste hospital, que classificou como “o principal problema” do SNS neste momento.
A CP informou hoje que se preveem “perturbações na circulação de comboios” na quinta-feira e “possíveis impactos” na quarta e sexta-feira devido à greve geral convocada para dia 11 de dezembro.
Só no último ano letivo, chegaram às escolas mais 31 mil alunos estrangeiros, um salto de 22% que está a transformar por completo o mapa demográfico do ensino em Portugal.