Espanha não reconhecerá “legitimidade democrática” à tomada de posse de Maduro

Espanha não reconhecerá "legitimidade democrática" à tomada de posse do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, prevista para hoje em Caracas, disse fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) espanhol.

© Facebook de Nicolas Maduro

Para o Governo de Espanha, não pode ser concedida “legitimidade democrática a um suposto resultado eleitoral que não pôde ser verificado” e que organismos internacionais indicaram não corresponder à análise que foi possível fazer, através dos documentos das mesas de voto fornecidos pela oposição ao regime venezuelano.

Espanha não terá, por isso, hoje qualquer representante na tomada de posse de Maduro para um mandato de mais seis anos, “nem sequer o embaixador”, disse a mesma fonte.

O MNE espanhol acrescentou continuar “a seguir de perto a situação” na Venezuela e sublinhou que “a integridade física, a liberdade de expressão e a liberdade de manifestação” de todos os venezuelanos e, em concreto, dos dirigentes da oposição a Maduro é “absolutamente fundamental e uma linha vermelha” para a política do Governo de Madrid em relação ao país da América Latina.

Nicolás Maduro toma hoje posse como Presidente da Venezuela para o período 2025-2031.

A Venezuela realizou eleições presidenciais em 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória ao atual Presidente Nicolás Maduro, com pouco mais de 51% dos votos.

A oposição afirma, porém, que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia (que pediu asilo político em Espanha), obteve quase 70% dos votos.

Em novembro passado, os Estados Unidos reconheceram Edmundo González Urrutia como Presidente eleito da Venezuela.

China, Rússia, Irão e outros países reconheceram a eleição de Maduro.

Espanha disse desde o dia seguinte às eleições que só com a verificação das atas das mesas de voto seria possível reconhecer os resultados.

“Para se poderem reconhecer os resultados têm de se poder verificar as atas de todas a mesas [eleitorais]”, disse Pedro Sánchez, na altura.

O candidato da oposição venezuelana nas eleições presidenciais de julho, Edmundo González Urrutia, anunciou que também hoje tomará posse como Presidente.

Diversas manifestações de apoiantes de Maduro foram convocadas para hoje em todo o país, com a líder da oposição, María Corina Machado, a apelar igualmente à mobilização do povo venezuelano para contestar nas ruas o regime de Caracas.

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