Coro serve de “Cordão” para ligar doentes oncológicos e cuidadores

Um coro constituído por doentes oncológicos e seus cuidadores está em embrião em Braga, sendo o seu principal objetivo combater o isolamento de quem lida de perto com o cancro, foi anunciado esta segunda-feira.

© D.R.

O Cordão, assim se denomina o coro, terá o seu primeiro “ensaio” no dia 28 de janeiro.

Trata-se de uma iniciativa da empresa municipal de Braga “Faz Cultura”, que vai envolver diretamente os doentes oncológicos e os seus cuidadores na criação do repertório do coro.

Como explicou à Lusa Ricardo Baptista, da direção artística do projeto, o coro quer “ligar pessoas, costurando, em conjunto, novas formas de viver e olhar o cancro”.

“É daí que vem o nome Cordão”, referiu.

Os ensaios decorrerão semanalmente no gnration, em Braga, estando o coro aberto a pessoas diagnosticadas com cancro, em tratamento ou remissão, e aos seus cuidadores, formais ou informais.

O Cordão vai funcionar em regime de cocriação, tendo o reportório “o dedo” quer de convidados especiais que vão fazer residências artísticas, quer dos coralistas que se inscreverem.

“Não podíamos ser apenas nós a escrevermos as canções, é fundamental a colaboração de todos quantos lidam direta ou indiretamente com o cancro, para que os temas reflitam as suas angústias, os seus desejos, os seus protestos, até o que não lhes apetece dizer”, explicou Ricardo Baptista.

A ideia nasceu de uma colaboradora da Faz Cultura que tem “uma relação muito próxima da oncologia”.

Segundo Ricardo Baptista, apesar de não haver uma inscrição formal para o coro, adivinha-se “bastante adesão” à ideia.

O Cordão — Coro de Doentes e Amigos Oncológicos tem o apoio do programa Partis & Art for Change, uma iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian e da Fundação “la Caixa”.

Conta ainda com o apoio da Unidade de Saúde Local de Braga e da delegação de Braga da Liga Portuguesa Contra o Cancro.

Não é necessária qualquer prática anterior de canto ou formação musical, bastando apenas a vontade de participar e a inexistência de contraindicações médicas.

Ao longo dos encontros, serão realizados exercícios de criação colaborativa, através da escolha ou desenvolvimento de repertório, a partir de processos de escrita criativa ou por meio de exercícios de composição musical.

“Estas dinâmicas visam transformar a experiência do cancro, frequentemente marcada pela solidão, em momentos de partilha, conexão e expressão artística”, explica a direção artística.

O projeto reconhece os desafios emocionais enfrentados tanto por doentes como por cuidadores, desde o impacto do diagnóstico até o término dos tratamentos, que muitas vezes é acompanhado por sentimentos de incerteza e abandono.

“O Cordão surge, assim, como um espaço seguro para reconstruir laços e encontrar apoio mútuo”, remata a direção artística do projeto.

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