Migrantes enviados para Guantánamo eram do grupo ‘Tren de Arágua’

A Casa Branca assegurou hoje que o grupo de migrantes que foi enviado na véspera para a base naval de Guantánamo, em Cuba, é composto por alegados "membros" do grupo criminoso venezuelano 'Tren de Arágua'.

© Facebook de Donal Trump

A informação foi transmitida pela porta-voz da administração de Donald Trump, Karoline Leavitt, em conferência de imprensa na Casa Branca, sem fornecer mais pormenores sobre a identidade das pessoas ou provas das suas alegadas ligações ao grupo.

O grupo de dez imigrantes, que partiu na terça-feira num avião militar da cidade fronteiriça de El Paso, já se encontra num centro de detenção em Guantánamo, Cuba, segundo informou hoje o Pentágono, em comunicado.

A detenção na ilha será “temporária”, refere o comunicado, até que os migrantes possam ser “transportados para o seu país de origem ou outro destino apropriado”.

A administração liderada por Donald Trump lançou uma campanha contra os mais de 11 milhões de imigrantes sem documentos no país, chamando-lhes “criminosos” e prometendo levar a cabo a maior campanha de deportação da história dos Estados Unidos.

Nas primeiras semanas de Trump no poder, as autoridades detiveram mais de 8.000 pessoas em todo o país, indicou ainda Leavitt na conferência de imprensa. Destas, mais de 400 já foram libertadas por falta de espaço de detenção ou devido a “condições médicas graves”, acrescentou a porta-voz.

O Presidente dos Estados Unidos ordenou a expansão da capacidade de detenção na base naval de Guantánamo para acolher mais de 30.000 detidos, e o Pentágono já destacou mais de 150 militares para esta tarefa.

Entre os militares destacados encontram-se fuzileiros navais e outros militares do Comando Sul dos EUA, responsável pela América Latina.

Na quarta-feira passada, ao assinar o memorando para expandir a capacidade do centro de imigrantes em Guantánamo, Trump disse que a medida tem como objetivo “deter os piores imigrantes ilegais criminosos que representam uma ameaça para o povo americano”.

De acordo com a lei norte-americana, viver no país sem autorização ou estatuto legal não é um crime, mas sim uma infração civil. Por conseguinte, é falso que os indocumentados tenham um “registo criminal”, como alega a atual administração.

Atravessar a fronteira sem inspeção – codificado como “entrada indevida” – ou tentar entrar nos EUA depois de ter sido deportado ou expulso, está tipificado no direito penal: o primeiro como um delito leve e o segundo como um delito grave.

O Pentágono tem um centro de detenção de imigrantes na base de Guantánamo, que gere separadamente da prisão para suspeitos de terrorismo.

A base de Guantánamo funciona num vazio jurídico onde não se aplicam as mesmas garantias legais em matéria de migração que se aplicam no continente americano.

Últimas do Mundo

O GPS do avião utilizado pela presidente da Comissão Europeia numa visita à Bulgária foi alvo de interferência e as autoridades búlgaras suspeitam que foi uma ação deliberada da Rússia.
Mais de 800 pessoas morreram e cerca de 2.700 ficaram feridas na sequência de um sismo de magnitude 6 e várias réplicas no leste do Afeganistão na noite de domingo, anunciou hoje o Governo.
Pelo menos três civis morreram e seis ficaram feridos em ataques russos na região ucraniana de Donetsk nas últimas 24 horas, declarou hoje o chefe da administração militar regional, Vadim Filashkin, na rede social Telegram.
Um navio de guerra norte-americano entrou no canal do Panamá em direção às Caraíbas, testemunhou a agência France-Presse, numa altura em que os planos de destacamento militar de Washington naquela região está a provocar a reação venezuelana.
O número de fogos preocupantes em Espanha desceu de 12 para nove nas últimas 24 horas, mas "o final" da onda de incêndios deste verão no país "está já muito próximo", disse hoje a Proteção Civil.
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, denunciou que mísseis russos atingiram hoje a delegação da União Europeia (UE) em Kyiv, na Ucrânia.
O Governo de Espanha declarou hoje zonas de catástrofe as áreas afetadas por 113 grandes incêndios no país nos últimos dois meses, 15 dos quais continuam ativos, disse o ministro da Administração Interna, Fernando Grande-Marlaska.
Mais de dois mil milhões de pessoas ainda não têm acesso a água potável em condições de segurança, alertou hoje a ONU num relatório que expressa preocupação com o progresso insuficiente na cobertura universal do fornecimento de água.
O primeiro-ministro israelita saudou hoje a decisão do Governo libanês, que aceitou a proposta norte-americana sobre o desarmamento do Hezbollah, e admitiu retirar as forças de Israel do sul do Líbano.
Espanha continua com 14 fogos preocupantes que mantêm desalojadas mais de 700 pessoas e confinadas outras mil, após semanas de "terríveis incêndios" cujo combate é neste momento favorável, mas lento, disse hoje a Proteção Civil espanhola.