Pilotos da Portugália aprovam pré-aviso de greve entre 12 a 27 de março

O sindicato de pilotos SIPLA vai avançar com um pré-aviso de greve a tempo parcial, na Portugália, de 12 a 27 de março e entregar à administração da TAP uma proposta de alteração ao regulamento para a contratação externa.

©facebook.com/tapairportugal

Estas medidas foram aprovadas na semana passada, em 5 de fevereiro, pelos associados do Sindicato Independente de Pilotos de Linhas Aéreas (SIPLA) que representa a maioria dos pilotos da Portugália, em assembleia geral extraordinária, para “salvaguardar os postos de trabalho hoje em iminente risco”, de acordo com um comunicado a que a Lusa teve acesso.

Um dos motivos da insatisfação está relacionado com o Regulamento do Recurso à Contratação Externa (RRCE), criado em 1998, que tinha como objetivo funcionar como um travão à contratação de voos externos pela TAP, incluindo à Portugália que representa a maior fatia, impondo limites que, caso sejam ultrapassados, revertem a favor dos pilotos da TAP através do pagamento de compensações indemnizatórias.

Este protocolo, usado por várias companhias aéreas europeias, originou custos de 60 milhões de euros no ano passado, como resultado do pagamento de seis salários-base extraordinários a cada piloto da TAP, como o Expresso tinha noticiado em maio de 2024.

Os pilotos da Portugália, que em 2023 realizou cerca de 25% do total de voos da TAP de acordo com o relatório da TAP SGPS, têm vindo a criticar as consequências deste protocolo e defendem que só reforça que é “considerada uma empresa externa”, como explicou fonte oficial do SIPLA à Lusa.

Apesar de recentemente ter transitado da TAP SGPS para a TAP SA, no âmbito da reprivatização da companhia aérea, “nada vai mudar”, lamentou o sindicato, acrescentando que “temem pelo futuro da empresa” que atualmente emprega quase 900 trabalhadores. Nesse sentido, foi aprovada uma proposta de alteração da atual versão do RRCE, que passa pela introdução de quatro pontos.

O primeiro ponto que querem discutir com a administração liderada por Luís Rodrigues, visa “suprimir o impedimento a que a Portugália tenha no seu COA [certificado de operador de transporte aéreo] outras aeronaves além das que existem atualmente, o que culminaria na sua extinção quando estas chegassem ao seu fim de vida”, alerta o SIPLA. No final de 2023, a Portugália tinha 19 aviões Embraer.

Outra das alterações passa por limitar em 25% a possibilidade de recurso pela TAP à contratação externa à Portugália em regime de “wet-lease” – acordo entre duas transportadoras aéreas no qual uma aeronave com tripulação é operada. Hoje, o limite é de 20%. Os outros dois pontos visam “manter a indexação da frota da Portugália à da TAP na proporção de uma aeronave por cada quatro adquiridas pela TAP” e “suprimir a limitação do fabricante, fazendo-se constar apenas a limitação de a Portugália operar médio curso”.

O SIPLA considera que esta proposta espelha “o derradeiro empenho na obtenção de uma solução que evite o recurso a outras medidas e permita a manutenção da paz social”.

No entanto, na sequência da “recusa da administração da TAP em dialogar com o SIPLA e das decisões de gestão que têm sido tomadas, umas unilateralmente, outras sob a forma de acordo celebrado com o SPAC [Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil], sendo que umas e outras vaticinam o nosso futuro, com o objetivo que a todos pareceu claro de extinguir a Portugália, concluiu-se que neste momento os pilotos estão em situação de absoluta desproteção e que se impõem medidas mais robustas”.

Nesse sentido, foi proposto por unanimidade “apresentar um pré-aviso de greve a tempo parcial a decorrer entre os dias 12 e 27 de março, renovável por iguais períodos, em horário a definir por esta no que entender ser o melhor interesse dos seus associados”.

Fonte oficial do SIPLA garantiu que já pediram uma reunião com a administração da TAP, não tendo ainda obtido resposta. Mas, “após seis meses”, conseguiram agendar uma reunião com o ministro das Infraestruturas, que irá decorrer esta terça-feira, 11 de fevereiro.

Contactada pela Lusa, fonte oficial da companhia aérea liderada por Luís Rodrigues comentou que a “administração da TAP está em permanente diálogo com os sindicatos que representam os trabalhadores da companhia”.

Últimas de Economia

O montante investido em certificados de aforro voltou a subir em fevereiro, em termos homólogos, para 35.755 milhões de euros, traduzindo-se num crescimento de 5,1%, segundo dados do BdP hoje divulgados.
O índice de preços da habitação aumentou 9,1% em 2024, mais 0,9 pontos percentuais face a 2023, com o das casas existentes a subir 9,7% e das novas 7,5%, segundo dados do INE, hoje divulgados.
O número de beneficiários de prestações de desemprego subiu 7,2% em fevereiro, face a igual período do ano passado, totalizando 211.769, um máximo desde janeiro de 2022, segundo a síntese estatística da Segurança Social hoje divulgada.
A Brisa notificou a Autoridade da Concorrência (AdC) da compra dos 25% que o grupo Ascendi detém na Via Verde, tendo em vista deter a totalidade do capital da empresa.
O governador do Banco de Portugal (BdP) defendeu que é necessária coordenação nos planos de despesa com Defesa na Europa e alertou que vão custar dinheiro, fazendo subir as contribuições de Portugal para a União Europeia (UE).
O Encontro Ibérico do Azeite, que vai decorrer em Abrantes entre sexta-feira e domingo, vai mobilizar produtores e olivicultores no debate com vista a aumentar a produção de azeite e responder aos desafios da atualidade.
O número de casais com ambos os elementos desempregados subiu para 5.205 em fevereiro, num aumento de 2,7% em termos homólogos, anunciou hoje o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).
O número total de desempregados inscritos nos centros de emprego subiu 2,3% em fevereiro, em termos homólogos, mas baixou 3,0% face a janeiro, para 338.735, de acordo com dados hoje divulgados pelo IEFP.
Os rácios da dívida pública voltaram a crescer em vários países da OCDE em 2024 e a projeção é que se mantenha a trajetória de subida este ano, antecipa a organização num relatório divulgado hoje.
O preço do leite ao produtor no Continente vai aumentar em um cêntimo por litro a partir de abril, revelou à Lusa o presidente da Federação Nacional das Uniões das Cooperativas de Leite e Laticínios (Fenelac).