Metade dos polícias diz que PSP não facilita conciliação com vida pessoal

Cerca de metade dos polícias inquiridos para um estudo hoje divulgado considera que a PSP não facilita a conciliação da vida profissional com a vida familiar e pessoal e a maioria trabalha num local diferente onde reside a família.

© Facebook\ aspppsp

Estas são algumas das conclusões do estudo sobre o exercício dos direitos de maternidade e de paternidade na Polícia de Segurança Pública, desenvolvido pelo Centro de Estudos para a Intervenção Social (CESIS) em articulação com a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) e a Comissão para a Igualdade entre Mulheres e Homens (CIMH/CGTP-IN), e hoje apresentado na sede da ASPP, em Lisboa.

O inquérito, realizado entre maio e julho do ano passado junto dos polícias associados da ASPP, avança que quase metade dos inquiridos – 45,4% dos homens e 50% das mulheres – respondeu “não” quando questionados sobre se a PSP facilita a conciliação da vida profissional com a vida familiar e pessoal.

Por seu lado, menos de uma em cada 10 — 8,3% dos homens e 10,0% das mulheres – considera que a PSP facilita a conciliação da vida profissional com a vida familiar e pessoal e uma parte significativa entende que essa facilitação é parcial (42,9% dos homens e 40,0% das mulheres).

O estudo indica também que mais de metade dos homens inquiridos (52,3%) e quase três quartos das mulheres (73,3%) têm o seu local de trabalho num território que não coincide com a localidade onde a sua família reside.

Segundo o inquérito, 50,3% dos homens e 70% das mulheres que trabalham numa localidade diferente daquela onde a família reside são casados ou vivem em união de facto.

O inquérito mostra também que o direito a trabalhar com horário flexível “foi negado” a mais de metade (55%) dos homens e a 37,5% das mulheres que o requereram, uma negação que ocorreu com maior frequência aos que desempenham funções de agentes, apesar dos polícias com a patente de oficiais “nunca terem requerido este direito”.

De acordo com o mesmo documento, a negação do direito a jornada contínua é mais frequente apenas no caso dos homens em que 64,5% viram “negado” o pedido, tendo tal negação ocorrido com maior frequência nos agentes, enquanto todas as mulheres polícia que a requereram tiveram direito a jornada contínua.

“Uma proporção não despicienda das mulheres e dos homens que responderam ao inquérito considera que a PSP não respeita o exercício dos direitos de parentalidade (16,7% e 11,1%, respetivamente). Pouco menos de metade das pessoas respondentes — 45,4% dos homens e 50,0% das mulheres — exprime a opinião de que a PSP respeita o exercício dos direitos de parentalidade. Outras, ainda, consideram que esse respeito é parcial — 38,9% dos homens e 26,7% das mulheres”, precisa o estudo.

Os dados revelam igualmente que foi garantido à maioria dos homens e mulheres que pediram para faltar ao trabalho, nos termos permitidos por lei, para assistência em caso de doença ou acidente dos filhos, todavia, esse direito “foi negado” a 7,7% dos homens na sua maioria agentes.

Sobre os serviços remunerados, os chamados gratificados que os polícias prestam em diversas entidades fora do horário de trabalho, cerca de metade dos inquiridos afirmaram que realizam estes serviços, embora a proporção de mulheres que não realiza serviços remunerados seja superior à dos homens (63,3% e 49,7%, respetivamente). No entanto, 8,9% dos homens que realizam serviços remunerados fazem-no, em média, 15 vezes por mês, percentagem que sobe para 13,3% entre as mulheres.

Responderam a este inquérito 382 polícias, o que representa uma taxa de resposta próxima de 6% do total de associadas da ASPP/PSP, sendo a maioria (91%) homens sobretudo entre os 40 e os 59 anos, que são casados ou vivem em união de facto.

O inquérito indica ainda que 87% dos homens e 66% das mulheres têm filhos, frisando que a opção por não ter filhos “parece ser exacerbada nos casos em que um dos membros do casal está deslocado da área de residência da família, convertendo-se esta, assim, não tanto numa opção, mas numa escolha constrangida”.

Últimas do País

Seis urgências de Ginecologia e Obstetrícia e duas de Pediatria, a maioria na região de Lisboa e Vale do Tejo, estão hoje encerradas, segundo as escalas dos Serviços de Urgências do Serviço Nacional de Saúde.
Oito distritos de Portugal Continental vão estar sob aviso amarelo a partir do final da tarde de domingo devido à chuva e quatro estarão sob aviso laranja devido à agitação marítima na segunda-feira, segundo o IPMA.
O Supremo Tribunal de Justiça rejeitou a reclamação da TAP sobre a reintegração e pagamento de indemnizações a alguns tripulantes de cabine dispensados durante a pandemia, um processo que pode vir a custar milhões de euros à companhia aérea.
O julgamento do homem que confessou ter matado, em 2023, duas mulheres no Centro Ismaili, em Lisboa, entra hoje na reta final com a audição da última testemunha e a apresentação de alegações finais.
Os utentes dos transportes públicos rodoviários de Vila Nova de Famalicão vão poder fazer viagens ilimitadas por todo o concelho com um passe mensal de 30 euros, segundo o regulamento tarifário hoje publicado em Diário da República.
A PSP deteve 326 pessoas por crimes ambientais e maus tratos de animais e registou 11.485 contraordenações relacionadas com estes ilícitos nos últimos três anos, revelou hoje aquele polícia.
O país assistiu, em três dias, a três tiroteios em plena luz do dia. Rixas, desentendimentos e até crimes de violência doméstica estão a aumentar. Ventura afirma que com o CHEGA a “bandidagem vai ter mão pesada!”
Um incêndio, com três setores ativos no interior da antiga central termoelétrica de Sines, no distrito de Setúbal, está a ser combatido por várias corporações de bombeiros do Alentejo Litoral, informou hoje fonte da proteção civil.
Utentes servidos pelo Hospital de Vila Franca de Xira, no distrito de Lisboa, realizam no sábado uma manifestação para contestar o encerramento em período noturno e ao fim de semana da urgência pediátrica, devido à falta de médicos.
O gabinete de cibercrime do Ministério Público recebeu no ano passado 3.973 denúncias, o registo mais elevado desde 2016, ano em que esta entidade começou a receber queixas relacionadas com cibercrime por e-mail.