Polónia vai reforçar ciberdefesa depois de ataque a partido de Tusk

A Polónia vai dedicar à ciberdefesa "o maior orçamento da história" do país depois de um ciber-ataque na quarta-feira atribuído a grupos ligados à Rússia e Bielorrússia.

© Facebook de Władysław Kosiniak-Kamysz

Em declarações na conferência internacional SECURE, em Bydgoszcz, no norte da Polónia, o ministro polaco dos Assuntos Digitais Gawkowski revelou que o ciberataque maciço às bases de dados do partido liderado pelo primeiro-ministro Donald Tusk “não foi realizado de forma improvisada” e alertou para o facto de “qualquer partido político e qualquer instituição estatal” poder ser a próxima vítima deste tipo de ações.

No ataque foram visados os gabinetes dos deputados e dos membros do partido governamental, adiantou o ministro durante o evento organizado pelo Ministério da Digitalização, com foco na cibersegurança, no âmbito da Presidência polaca do Conselho da União Europeia.

De acordo com Gawkowski, o objetivo da Rússia é “roubar as eleições à Polónia e aos polacos” através de campanhas de desinformação, influência nas redes sociais e, como no caso de quarta-feira, ciberataques, especialmente numa altura em que o país se prepara para uma importante eleição presidencial dentro de seis semanas.

Além de explicar os pormenores de um “guarda-chuva eleitoral” que terá como objetivo evitar qualquer tipo de “desestabilização da Internet” durante a campanha eleitoral, o Ministro Gawkowski anunciou um plano ambicioso para melhorar a ciberdefesa dos sistemas civis e militares “com o orçamento mais elevado da história da Polónia” para este efeito.

O responsável pelos assuntos digitais sublinhou que o seu país “é um dos países mais atacados do mundo no espaço digital”, embora, segundo ele, “99,9% dos ataques falhem”.

A guerra híbrida, da qual os ciberataques fazem parte, segundo o ministro, “é apenas um aviso e devem ser retiradas conclusões preventivas antes que possa ocorrer um conflito convencional”.

O primeiro-ministro Donald Tusk descreveu o ataque de quarta-feira como “interferência estrangeira nas eleições”.

Na terça-feira, o governo polaco assinou um acordo de cooperação com o gigante tecnológico norte-americano Oracle para “reforçar as capacidades do país em áreas como a inteligência artificial e as infraestruturas na nuvem”, nas palavras do ministro da Defesa, Władysław Kosiniak-Kamysz.

“Queremos ser os melhores e os mais seguros do mundo, por isso estamos a assinar acordos com as melhores empresas do mundo”, sublinhou o ministro da Defesa.

Este acordo segue-se a um semelhante assinado pelo Governo polaco há um mês com a Google.

O primeiro-ministro Donald Tusk, que lidera o Governo de coligação Cívica descreveu o ataque de quarta-feira como “interferência estrangeira nas eleições” e disse que os autores estavam “a apontar para leste”.

Em 01 de abril a Comissão Europeia apresentou um documento intitulado de estratégia para a segurança interna dos países da União Europeia (UE) que, entre várias prioridades, realça a “construção de resiliência contra ameaças híbridas”.

A Polónia, com eleições presidenciais na Polónia marcadas para 18 de maio, prepara-se para uma corrida que ditará o fim da presidência de Andrzej Duda, do partido nacionalista Lei e Justiça (PiS), que cumpre o seu último mandato.

O Coligação Cívica de Tusk nomeou como seu candidato o presidente da Câmara de Varsóvia, Rafal Trzaskowski, que é atualmente considerado o favorito na corrida.

Já o PiS escolheu o historiador Karol Nawrocki como seu candidato e sucessor de Duda.

Últimas do Mundo

Várias pessoas morreram hoje no centro da capital sueca, Estocolmo, atropeladas por um autocarro num incidente que provocou também vários feridos, afirmou a polícia sueca em comunicado.
A liberdade na Internet em Angola e no Brasil continuou sob pressão devido a restrições legais, à repressão à liberdade de expressão e a campanhas para manipular narrativas políticas, segundo um estudo publicado hoje.
Os Estados Unidos adiaram hoje, pela segunda vez, o lançamento de dois satélites que vão estudar a interação entre o vento solar e o campo magnético de Marte, proporcionando informação crucial para futuras viagens tripuladas ao planeta.
Após os ataques em Magdeburgo e Berlim, os icónicos mercados de Natal alemães estão sob alerta máximo. O governo impôs medidas antiterrorismo rigorosas e custos milionários, deixando cidades e organizadores em colapso financeiro.
Um relatório do Ministério do Interior alemão revela que suspeitos sírios estão associados a mais de 135 mil crimes em menos de uma década. A AfD aponta o dedo ao governo de Olaf Scholz e exige deportações imediatas.
O aumento da temperatura global vai ultrapassar o objetivo de 1,5 graus centígrados no máximo numa década em todos os cenários contemplados pela Agência Internacional de Energia (AIE), relatório anual de perspetivas energéticas globais, hoje publicado.
A Ryanair deve abster-se de impedir o embarque de passageiros, com reserva confirmada, que não sejam portadores do cartão digital, bem como de impor taxas pela utilização do cartão físico, determinou a ANAC - Autoridade Nacional de Aviação Civil.
O Governo ucraniano afastou hoje o ministro da Justiça, depois de este ter sido implicado num alegado esquema de cobrança de comissões na empresa nacional de energia atómica, revelado na segunda-feira pela agência anticorrupção do país.
Pelo menos 27 pessoas morreram e 3,6 milhões foram afetadas pela passagem do supertufão Fung-wong nas Filipinas no domingo, informaram hoje as autoridades locais.
As autoridades espanholas intercetaram 18 migrantes em Pilar de la Mola, que tinham alcançado Formentera, ilhas Baleares, na terça-feira à noite a bordo de uma embarcação precária.