INEM não acautelou riscos da falta de fiscalização para acumulação indevida de funções

A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde considera que o INEM não acautelou os riscos decorrentes da falta de fiscalização dos casos de acumulação indevida de funções, nomeadamente no âmbito da formação em entidades externas.

©INEM

Num relatório de quase 500 páginas a que a Lusa teve acesso, relativo à auditoria que analisou a legalidade e eficiência de gestão do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), a IGAS diz que detetou casos de trabalhadores a acumular funções em entidades externas acreditadas sem autorização e outros em que as autorizações precisavam de ser revistas ou renovadas.

O documento refere ainda que o INEM “não implementou com eficácia” mecanismos de controlo interno para prevenção do conflito de interesses e do risco de corrupção.

“O risco de elevada significância de favorecimento de terceiros com os quais o INEM, I.P., estabelece relações comerciais no âmbito da formação e da acreditação, necessita de ser contemplado no planeamento da formação e devidamente acautelado, através da fiscalização das situações de acumulação indevida”, considera a IGAS.

Quanto à acumulação indevida de funções, a IGAS refere que, com base na listagem disponibilizada pelo INEM em setembro de 2024, no total de 339 formadores internos, 192 não tinham autorização para acumular funções.

Da análise efetuada, a IGAS apurou ainda a existência de 60 formadores internos que, apesar de não terem autorização para acumulação de funções, constavam (em setembro de 2024) da listagem da bolsa dos formadores de entidades acreditadas, registados no Sistema de Gestão de Formação (SGF): 53% eram Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (TEPH), 32% enfermeiros, 10% médicos, 3% técnicos superiores e 2% assistentes técnicos.

No documento, que resultou de uma auditoria determinada pela secretária de Estado da Saúde em julho de 2024, a IGAS aponta ainda falta de coerência a alguma informação do INEM consultada nesta auditoria, designadamente quanto ao registo da informação relativa à frota e ausência de informação quanto à operacionalidade dos veículos e à sua atribuição.

Quanto aos critérios para acreditação das entidades formadoras, a IGAS sugere que seja revista a articulação entre o Gabinete de Acreditação de Entidades Formadoras (GAEF) e o Departamento de Formação, no contexto da realização de formação de formadores para integrarem a bolsa de entidades externas “de modo a assegurar a inexistência de conflito de interesses e concretizar o objetivo de separar as duas áreas”.

Aponta a falta de “dados suficientes e fiáveis” quanto aos formadores que realizaram as ações de formação nas entidades acreditadas e diz que o risco de deficiências na realização de vistorias ou auditorias a entidades externas é acentuado porque o INEM conseguiu assegurar que todas sejam realizadas “no mínimo por dois profissionais”.

A IGAS aponta igualmente o risco elevado de favorecimento de terceiros com os quais o INEM estabelece relações comerciais no âmbito da formação e da acreditação, insistindo na necessidade de fiscalizar as situações de acumulação indevida.

Diz ainda que, no período em análise, o INEM não garantiu a fiscalização das situações de acumulação de funções públicas com privadas dos profissionais que integram a bolsa de formadores das entidades acreditadas para ministrar formação em emergência médica.

“A obrigatoriedade do registo dos formadores presentes em cada ação de formação, bem como do registo do número de horas lecionadas, não é objeto do controlo devido”, refere.

A equipa inspetiva formulou um conjunto de 48 recomendações para superar as fragilidades detetadas no âmbito das áreas que foram auditadas e o INEM tem 60 dias para as cumprir.

Últimas do País

A consultora do antigo ministro do PS vai receber mais de 46 mil euros do Instituto Camões para um estudo de dois meses sobre educação em Timor-Leste. O negócio, feito por consulta direta, está a gerar polémica pela proximidade política e pelo valor atribuído.
Fogo deflagrou de madrugada na rua Dr. Miguel Bombarda e mobilizou mais de 30 operacionais. Três edifícios ficaram gravemente danificados, mas não há feridos.
Uma mulher de 49 anos morreu hoje após ter sido “atropelada pelo próprio carro” numa rua de São Domingos de Benfica, na cidade de Lisboa, informou à Lusa fonte da Polícia de Segurança Pública (PSP).
Proprietário foi raptado por três assaltantes quando fechava o estabelecimento. Vítima foi agredida e obrigada a entregar cartões bancários. Suspeitos estão em fuga.
O Serviço de Medicina Reprodutiva da Unidade Local de Saúde (ULS) da Cova da Beira fez, em 15 anos de atividade, que se assinalam domingo, tratamentos que levaram ao nascimento de mais de 220 bebés.
O tempo médio de espera para doentes urgentes no serviço de urgência do Hospital Amadora-Sintra ultrapassou esta manhã as 10 horas, de acordo com o portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
A Web Summit arranca em Lisboa na segunda-feira, com mais de 900 oradores e mais de 70.000 participantes, de acordo com dados da organização, num evento onde a inteligência artificial (IA) continua em destaque.
Um sismo de magnitude 3,8 na escala de Richter foi sentido hoje na ilha açoriana do Faial, informou o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA).
Um homem, de 72 anos, morreu hoje durante um assalto à ourivesaria de que era proprietário, em Arraiolos, no distrito de Évora, estando os dois suspeitos do crime em fuga, revelou uma fonte da GNR.
A PSP apreendeu hoje várias armas na Figueira da Foz, que se suspeita que eram usadas por um homem para causar medo à sua companheira, afirmou o Comando Distrital.